Título: Presos fraudadores de vistos
Autor: Luiz, Edson
Fonte: Correio Braziliense, 16/12/2009, Brasil, p. 9

Grupo usava uma agência de turismo onde eram alterados documentos. PF também descobriu um esquema de tráfico comandado pelo PCC

Fila na Embaixada dos Estados Unidos, em Brasília, para tirar visto: denúncia anônima levou à ação policial

A Polícia Federal e o Serviço de Segurança Diplomática da Embaixada americana no Brasil desbarataram ontem um grupo que fraudava a emissão de vistos para os Estados Unidos. A Operação Terra do Nunca prendeu cinco pessoas em Goiânia e Anápolis ligadas a uma agência de turismo onde documentos eram alterados. Além da embaixada em Brasília, o grupo também se utilizava do consulado em São Paulo para tentar o documento de entrada nos EUA.

Segundo a PF, o grupo preso em Goiás vendia os vistos americanos por cerca de R$ 7,5 mil (ou US$ 4,2 mil). Para tirar o documento, eram falsificadas declarações de Imposto de Renda, onde eram inseridos dados fictícios do requerente e, em seguida, seguia para a embaixada, em Brasília, ou para o consulado na capital paulista. A descoberta da fraude aconteceu por causa de uma denúncia das autoridades dos Estados Unidos, que alertou a Polícia Federal. O trabalho foi acompanhado pelo Serviço de Segurança Regional a Unidade Consular de Prevenção a Fraudes dos EUA.

Segundo a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, a falsificação de documentos para a emissão do visto prejudica não apenas quem compra o documento mas também encarece os serviços consuladores. ¿A embaixada encoraja todos a denunciarem por e-mail ou por meio do disque-denúncia (3312-7060) o mau uso de vistos ou o abuso no processo de solicitação¿, afirmou a representação diplomática, em nota.

Mato Grosso do Sul Pela segunda vez em menos de uma semana, a Polícia Federal desbaratou um forte esquema de tráfico de drogas comandado pela organização criminosa PCC, a partir de presídios de segurança máxima. Ontem, a PF desencadeou a Operação Caiman II, prendendo 33 pessoas em Campo Grande, Três Lagoas e Paranaíba, em Mato Grosso do Sul. A investigação identificou que a quadrilha é composta por cerca de 80 pessoas que também tinham ligação com outros tipos de crimes, como homicídios e assaltos.

A ação policial mostrou que a facção criminosa paulista está com ramificações em Mato Grosso do Sul, atuando principalmente no tráfico de cocaína boliviana. As investigações começaram em torno de duas pessoas em Três Lagoas, mas a prisão só aconteceu ontem pelo fato de a dupla nunca ter tido contato direto com a droga. Segundo a PF, o comando do esquema era feito por três detentos de um presídio de Campo Grande, que adquiriam a droga na fronteira com a Bolívia e enviavam até Três Lagoas, onde haviam outras pessoas para receber e distribuir cocaína e maconha.

O esquema envolvendo o PCC é o segundo descoberto em uma semana. Na última quarta-feira, a PF realizou a Operação Campestre em seis cidades de São Paulo, prendendo 17 pessoas, algumas delas ligadas diretamente à facção criminosa, que atuavam na guarda e no refino de cocaína boliviana no interior do estado. A droga vinha da região de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, e Ponta Porã (MS) e a compra era intermediada por um comerciante brasileiro. Conforme a investigação da PF, o PCC adquiria a cocaína usando contas bancárias em nomes de fantasmas ou de laranjas. Além disso, carros roubados serviam como moeda de troca.

A PF já prendeu, em uma semana, 75 pessoas envolvidas diretamente no tráfico de drogas internacional, principalmente com cartéis bolivianos. Na última sexta-feira, durante a Operação Campos do Norte, em Mato Grosso, foram detidas 25 pessoas supostamente ligadas a um grupo que trazia a droga de avião e lançava em fazendas e estradas do estado.

O número R$ 7,5 mil Valor dos vistos vendidos pela quadrilha começava em R$ 4,2 mil, mas podia quase dobrar, dependendo da época

Ação repreende assaltos

A Polícia Federal prendeu ontem três pessoas acusadas de arrombamento de terminais de autoatendimento da Caixa Econômica Federal. Uma das prisões ocorreu em Curitiba e duas em São Paulo. A Operação Pesque e Pague, montada para reprimir crimes de furto e roubo em agências bancárias, cumpriu cinco mandados de prisão em três estados: Paraná, São Paulo e Espírito Santo, além de três mandados de busca e apreensão.

De acordo com a superintendência regional da Polícia Federal no Paraná, dois acusados já haviam sido presos em flagrante no último fim de semana em Vila Velha, no Espírito Santo.

As prisões fazem parte de uma estratégia de combate aos crimes de furto de caixas eletrônicos em todo o território nacional. Duas outras operações, denominadas Terminal 1 e Terminal 2, realizadas recentemente pela PF, tiveram o mesmo objetivo. Setenta pessoas foram presas e, segundo a polícia, muitas já foram condenadas a penas superiores a trinta anos de reclusão.

Crack Em Minas, uma força-tarefa composta por 64 policiais, com reforço de efetivo de pelo menos três cidades do sul de Minas Gerais, além de representantes do Ministério Público Estadual, prendeu ontem 12 pessoas em Boa Esperança, na mesma região do estado, a 285 quilômetros de Belo Horizonte. A Operação Integração 3 apreendeu ainda porções de crack, maconha e cocaína, dinheiro e eletrônicos. Participaram da ação, além da força policial da cidade, reforço de Coqueiral e Varginha, também no sul mineiro. Somente a PM empenhou 44 militares, em 20 viaturas.

Os detidos, nove homens e três mulheres, foram encaminhados às cadeias públicas de Boa Esperança e Guapé. Entre os itens apreendidos, estão 298 pedras de crack prontas para consumo, 30 gramas de maconha, 150 gramas de cocaína, R$ 6.593 em dinheiro, R$ 1.200 em cheques, uma motocicleta, aparelhos de televisão, som, DVD e videogame.

Segundo o delegado-chefe da operação, Anésio Nava, a investigação começou em maio deste ano. ¿Em outras duas operações, conseguimos prender os líderes da quadrilha. Com isso, outros membros, que antes ocupavam postos mais baixos, acabaram assumindo o controle do tráfico.¿