Título: Desemprego piora menos nos EUA
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Fonte: Correio Braziliense, 03/12/2009, Economia, p. 22

Demissões e planejamento de cortes de vagas caíram em novembro, mas taxa, superior a 10%, ainda aumenta

O mercado de trabalho norte-americano está, aos poucos, piorando menos. Em novembro, o número de demissões no setor privado diminuiu e os cortes planejados também foram reduzidos, segundo relatórios divulgados ontem. O governo dos Estados Unidos deve distribuir, na sexta-feira, os dados mais amplos sobre o emprego no país, que também devem mostrar uma queda das demissões, mesmo que o desemprego continue acima de 10% e aumentando.

O setor privado norte-americano cortou 169 mil empregos em novembro, abaixo dos 195 mil cortes registrados em outubro. O número de demissões planejadas em empresas norte-americanas diminuiu em novembro, chegando ao nível mais baixo em quase dois anos. Isso sugere que os cortes de postos de trabalho estão se desacelerando, apesar de a geração de empregos ainda parecer distante.

Segundo relatório da consuloria Challenger, Gray & Christmas, os empregadores anunciaram 50.349 cortes planejados de empregos, o menor número mensal desde os 44.416 de dezembro de 2007. ¿Os empregos civis caíram substancialmente em novembro, embora no menor ritmo em um ano e meio¿, disse Steven Wood, economista-chefe da Insight Economics, na Califórnia. ¿Além disso, o declínio foi bem menor que o número de empregos perdidos em março de 2009, que foi horrível. A magnitude dos cortes tem diminuído progressivamente nos últimos oito meses¿, completou.

Grã-Bretanha

Ao mesmo tempo em que os Estados Unidos começam a ver indicadores menos ruins no mercado de trabalho, a Grã-Bretanha parece estar saindo da recessão. Mas, segundo economista-chefe do banco central da Inglaterra, Spencer Dale, alguns problemas podem ser obstáculos à recuperação. Dale disse que é preciso ficar atento ao risco de que a política de combate à crise eleve os preços dos ativos, mas que não há evidências de que isso esteja acontecendo. Ele também minimizou as divergências que possam existir entre os formuladores de políticas monetárias sobre a necessidade de estímulos.

¿Há uma série de evidências de pesquisas empresariais, dos agentes regionais do banco, e de índices recentes de que a economia começou a se estabilizar e que devemos passar por um período de expansão renovada¿, disse Dale. Para ele, o estímulo fiscal e financeiro, com uma libra mais desvalorizada, está ajudando a recuperação. Ele alertou que a economia enfrenta ajustes estruturais necessários, e as condições de crédito devem se manter apertadas. A preocupação do momento é com a alta da inflação acima de 3% no início de 2010, mas isso é um problema tido como temporário.