Título: Cabral agradece forcinha de Lula
Autor:
Fonte: Correio Braziliense, 12/12/2009, Política, p. 10

Além de demonstrar satisfação com a parte que lhe coube na divisão de recursos, governador do Rio diz que estado ¿continua sendo um agente protagonista¿ e aproveita para criticar colegas de outros estados, a quem chamou de ¿oportunistas¿

Sérgio Cabral: vencida a primeira batalha no pré-sal, ele parte para outra

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), agradeceu ontem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela aprovação na Câmara do projeto que cria o regime de partilha para explorar os recursos petrolíferos da camada do pré-sal. Lula empenhou-se pessoalmente nas duas últimas semanas para demover resistências a fim de votar na última quarta-feira o texto-base do projeto. Cabral considerou positivos os percentuais aprovados para o estado e para os municípios fluminenses. Lá estão localizadas atualmente as principais regiões produtoras de petróleo, receosas com a mudança do sistema de divisão de recursos proposto pela partilha.

¿Na política, o ótimo é inimigo do bom. Com o pré-sal, o Rio admite que essa riqueza é muito maior que a atual. Fizemos uma acordo em que o Brasil ganhou e o Rio continua sendo um agente protagonista¿, disse o governador fluminense. ¿Os parlamentares entenderam que dá para se fazer um modelo distributivo sem prejudicar os estados e municípios produtores. Gostaria de agradecer ao presidente Lula¿, disse um entusiasmado Cabral. O texto aprovado na última quarta-feira manteve os 26,25% de parcela reservada aos estados produtores em royalties do pré-sal. Os municípios produtores, que inicialmente garantiram 12,25%, conseguiram elevar, após reação capitaneada pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), 18% desse dividendo da nova camada energética das áreas da nova camada com contratos já licitados ¿ correspondentes a 28% do total.

¿O Congresso brasileiro não falhou e mostrou sua sensibilidade. Não podemos deixar que oportunistas maculem isso¿, disse o governador do Rio, ao se referir ao colega de Pernambuco, Eduardo Campos, que tentou a redução nas parcelas destinadas aos estados produtores. Na próxima semana, o Rio terá um novo desafio: derrubar a votação de um destaque que redistribui radicalmente toda a riqueza do petróleo já produzido e do pré-sal.