Título: Confiança diminui
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Fonte: Correio Braziliense, 23/12/2009, Economia, p. 16

Preocupação com as finanças pessoais e com a economia do país deixam consumidor menos otimista

O nível de confiança do consumidor na economia brasileira recuou 2,4% em dezembro, na comparação com novembro. No comunicado divulgado ontem, a Fundação Getulio Vargas informa que, com o resultado de dezembro, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) passou de 115,1 para 112,3 pontos, um patamar próximo ao observado no terceiro trimestre de 2009, quando atingiu 111,2 pontos.

Na avaliação da FGV, ¿houve diminuição da satisfação com a situação atual da economia e das finanças pessoais, após sete meses de avanço¿. Em relação à situação atual, a confiança do consumidor caiu 2,7% e para os próximos meses, o grau de otimismo recuou 2,4%, o menor nível desde maio de 2009, segundo a instituição.

A maior contribuição para a queda do índice ficou com o quesito que mede a satisfação com a situação financeira da família. O indicador caiu 4,3%, atingindo o menor nível desde julho de 2009. A expectativa com a evolução da situação econômica local nos próximos seis meses também ficou menos favorável em dezembro. A pesquisa mostra que a proporção de consumidores que acreditam na melhoria do cenário econômico passou de 29,9% para 26,5% e a parcela dos que projetam piora diminuiu de 9,6% para 9,0%.

Alemanha A confiança do consumidor alemão deve ser menor em janeiro, com preocupações sobre o desemprego pesando sobre a propensão das pessoas a gastar, mostraram dados divulgados ontem. O indicador de confiança do grupo de pesquisa GfK, que ouviu 2 mil consumidores alemães, caiu para 3,3 em janeiro, de uma leitura revisada de 3,6 em dezembro. O número deste mês tinha sido inicialmente divulgado como 3,7. O indicador futuro sinalizou um começo ruim para 2010, registrando seu terceiro declínio mensal consecutivo e ficando abaixo da média de quatro anos de 4,9 e de uma previsão de 3,5 feita por economistas.

¿O gasto provavelmente não será forte o suficiente para levar a uma reviravolta em uma base anual¿, disse Simon Junker, do Commerzbank. ¿Para o ano todo, ao contrário, devemos ver um movimento lateral ou uma estagnação.¿ O consumo privado alemão despencou no terceiro trimestre, após ter sido o condutor do crescimento econômico no período entre abril e junho às custas de um programa de incentivo ao consumo do governo, agora esgotado. Economistas esperam que o enfraquecimento dos gastos do consumidor pese sobre o crescimento da maior economia da Europa, a despeito da aprovação na semana passada do primeiro grande pacote de corte de impostos da nova coalizão da primeira-ministra Angela Merkel.

Domicílios A pesquisa foi feita em mais de 2 mil domicílios em sete capitais brasileiras (Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Porto Alegre) entre 30 de novembro e 18 de dezembro. O índice tem uma escala que vai de zero a 200 pontos. Quanto mais próximo de 200, maior a confiança do consumidor.