Título: Juros ao consumidor caem
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Fonte: Correio Braziliense, 30/12/2009, Economia, p. 13

Em novembro, a taxa média nas operações de empréstimos bancários foi a menor em 15 anos

Elza Fiuza/ABr Altamir Lopes: Banco Central espera índices ainda mais baixos em 2010

Embora ainda altos, os juros cobrados pelos bancos nas operações de empréstimos a pessoas físicas recuaram em novembro. Dados divulgados ontem pelo Banco Central indicam que a taxa média ficou em 43% ao ano ¿ menor patamar dos últimos 15 anos ¿ e que, passado o pior momento da crise econômica mundial, as modalidades de crédito mais acessadas pelos brasileiros tendem a recuar. Os juros bancários cobrados das empresas também caíram em relação a outubro, conforme o BC, passando de 26,5% para 26% ao ano ¿ os mais baixos desde fevereiro de 2008 (24,8% ao ano).

Para o governo, esses são sinais claros de que em 2010 o consumidor será menos penalizado ao tomar financiamentos. ¿Ainda se esperam mais movimentos de queda ao longo dos primeiros meses de 2010 por força da redução do spread bancário¿, disse Altamir Lopes, chefe do departamento econômico do BC. Segundo ele, a diferença entre o que as instituições financeiras cobram dos clientes para emprestar o dinheiro que tomam no mercado deverá diminuir, influenciada pela melhoria nos índices de inadimplência.

Em novembro, a inadimplência média das pessoas físicas permaneceu estável pelo segundo mês consecutivo (5,8%). Já o spread bancário caiu 0,9 ponto em novembro, para 25,1% ¿ menor nível desde junho do ano passado. A taxa média de juros somada das operações com empresas e pessoas físicas, de acordo com o Relatório de Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro, caíram para 34,9% ao ano em novembro, contra 35,6% ao ano em outubro, consolidando o menor patamar desde dezembro de 2007, quando somou 33,8% ao ano. Altamir Lopes disse que o cenário atual é de ¿mais facilidade de acesso ao crédito¿, apesar das apostas do mercado na alta da taxa básica de juros (Selic), atualmente 8,75% ao ano.

Empresas Os juros atrelados às operações com cheque especial aumentaram de 160% ao ano em outubro para 163,3% ao ano em novembro. Os financiamentos do comércio varejista em geral acompanharam: saltaram de 50% para 51,8% ao ano. Na aquisição de veículos, os brasileiros pagam em média 25,3% de juros ao ano. Nas operações com pessoas jurídicas, a rede bancária se comportou de forma semelhante. Houve reduções nos juros cobrados nos descontos de duplicatas (de 40,9% para 37,5%) e de promissórias (de 53,4% para 47,7%), bem como no capital de giro (de 31,1% para 29,1%). Em contrapartida, aumentaram nas modalidades de empréstimo para aquisição de bens (de 15,4% para 16,4%) e nas operações de conta garantida (de 78,9% para 82,1%).

O número 43% Taxa média de juros cobrada pelos bancos nas operações de empréstimos a pessoas físicas

Cartão falha no Natal

Liana Verdini

Uma falha da Redecard, responsável pelas operações dos cartões de crédito MasterCard e Diners Clube Internacional e de débito MasterCard Maestro e RedeShop, impulsionou os negócios da rede Cielo (ex-VisaNet), dos cartões de crédito e débito da Visa, na véspera de Natal. Em comunicado à Bolsa de Valores de São Paulo, a Cielo anunciou um recorde de transações nos dias 23 e 24 de dezembro. Foram 35,7 milhões de operações realizadas nestes dias.

Enquanto a Cielo anunciava recordes, a Redecard divulgava nota admitindo ¿instabilidade na captura de transações ocorrida na tarde do dia 24 de dezembro¿. ¿Essa falha provocou múltiplo acionamento e retorno das contingências existentes e gerou lentidão, intermitência e até indisponibilidade dos serviços em algumas localidades. Às 16h40, a rede estava 100% normalizada¿, reforçou a nota assinada pelo presidente da empresa, Roberto Medeiros. A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) notificou a Redecard, exigindo explicações.