Título: Minc admite revisão de lista de desmatadores
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 01/10/2008, Brasil, p. A3

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) terá 20 dias para acatar ou contestar recurso do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) contra a a inclusão dos assentamentos como líderes de desmatamento da Amazônia, disse ontem o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.

O presidente do Incra, Rolf Hackbart, e o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, questionaram a inclusão dos assentamentos, porque as imagens de satélite utilizadas pelo Ibama para as multas são antigas, e alguns assentamentos foram criados quando a legislação permitia desmatamento de até 50% das propriedades, e não os atuais 20%, de acordo com as regras de reserva legal. "Foi um episódio lamentável de desinformação", disse Cassel.

Minc reconheceu "que pode ter havido certa injustiça" em apontar o Incra como principal desmatador. "Formalmente, os assentamentos são do Incra, mas na verdade são de milhares de pessoas, cada um desmata um tantinho e isso acaba dando um número maior que uma propriedade só."

O ministro do Desenvolvimento Agrário negou desentendimento com Minc. "Ele teve a delicadeza de reconhecer que não leu a lista antes da divulgação. Esse é um assunto delicado, tem que ser tratado com clareza." Segundo Cassel, os números do Programa de Cálculo do Desflorestamento da Amazônia (Prodes) apontam queda de 51% do desmatamento em assentamentos da reforma agrária.