Título: Codesp investirá US$ 50 mi para dragar canal
Autor: José Rodrigues
Fonte: Valor Econômico, 22/02/2005, Empresas &, p. B7

Após ter iniciado a dragagem de manutenção do porto de Santos, suspensa desde dezembro de 2002, a Codesp prepara-se para licenciar o aprofundamento do canal de acesso ao porto, de 14 metros para 17 metros. O projeto da empresa é retirar do estuário o equivalente a 15 milhões de m³ de sedimentos, ao custo de US$ 50 milhões e permitir a navegabilidade de modernas embarcações que ostentam calados mais profundos, por transportarem pesos e volumes maiores que a média da demanda atual do porto. "Vamos entregar nesta semana ao Ibama minuta do termo de referência para contratar a empresa que fará o EIA/Rima da dragagem; após aprovação, teremos o processo licitatório, que demanda cerca de sete meses. Precisaremos de outros seis meses para a licitação final", estima Alexandra Sofia Grota, gerente de qualidade e meio ambiente da Codesp. Sem esse aprofundamento, o porto perde cargas e limita a operação dos terminais. Esse prejuízo já vem ocorrendo com a paralisação por mais de 25 meses da dragagem de manutenção, motivada pela suspensão das licitações, pelo Ministério dos Transportes e pelas exigências dos órgãos ambientais. Durante esse período, o canal de acesso ao porto, com profundidade de projeto de 14 metros, baixou para 12,2 metros. Outros trechos internos sofreram o mesmo efeito, com a redução da massa de água, como junto ao terminal da Alemoa, que opera com granéis líquidos, reduzida de 12 m para 10 metros. Para ter a licença prévia da dragagem de manutenção, a Codesp, além da contratação de duas empresas que começam a fazer essa operação - a Dragaport e a Enterpa Engenharia - ao custo de R$ 33,2 milhões, precisou fazer um contrato de emergência com a DTA Engenharia para o monitoramento dos despejos, ao custo de R$ 1,5 milhão. Esse monitoramento visa dimensionar os efeitos sobre o ambiente marinho resultante do lançamento dos sedimentos sugados do leito do estuário no ato da dragagem. Como o estuário recebeu a contaminação de metais pesados, resultantes das atividades do parque industrial de Cubatão, os órgãos ambientais impuseram a condição do controle bioquímico dos despejos no mar, que está sendo feito próximo à ilha da Moela, há cerca de 20 km da costa. Do resultado desse controle vai depender a continuidade da dragagem.