Título: País recebe no ano US$ 1,9 bi em investimento estrangeiro
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Fonte: Valor Econômico, 22/02/2005, Finanças, p. C2

O Brasil já recebeu este ano um ingresso líquido de US$ 1,91 bilhão em investimentos estrangeiros diretos (IED). Foram US$ 1,218 bilhão em janeiro, mais US$ 700 milhões em fevereiro até o dia 21, informou ontem o chefe do Departamento Econômico (Depec) do Banco Central, Altamir Lopes. Ele prevê que, até o fim do mês, o valor de fevereiro chegue a US$ 800 milhões, elevando para mais de US$ 2 bilhões o acumulado em 2005. Confirmaria-se, assim, um fluxo semelhante ao do primeiro bimestre de 2004, quando o país recebeu US$ 2,17 bilhões em IED. Em janeiro, os ingressos destinados a participações diretas no capital de empresas representaram a maior parte do fluxo de IED. Nessa modalidade, entraram liquidamente no país US$ 800 milhões. Os empréstimos de multinacionais para filiais no país, também classificados como investimentos diretos, garantiram US$ 418 milhões. As conversões de dívida externa contribuíram pouco para o resultado de janeiro. Excluídas as relacionadas a empréstimos intercompanhias, cujo resultado é neutro para o fluxo de IED, foram convertidos US$ 15 milhões apenas. As projeções do BC indicam que o Brasil deve receber em 2005 US$ 14 bilhões em IED, já descontadas repatriações de capital aos países de origem. Em 2004, ingressaram US$ 18,16 bilhões. O BC informou ainda que, em termos brutos, sem descontar repatriações, o ingresso de IED em janeiro chegou a aproximadamente US$ 1,4 bilhão, US$ 820 milhões dos quais na forma de participação no capital de empresas. Desse total, o BC pesquisou a origem de US$ 795 milhões e concluiu que 43,5% vieram dos Estados Unidos. Em segundo e terceiro lugares, apareceram os investidores canadenses, com 4,3%, e os holandeses, com 4%. Foi realizado também o levantamento do setor de destino. Dos US$ 795 milhões, a indústria ficou com 63,4% e o setor de serviços com 29,1%. Entre as indústrias, destacaram-se como destino dos investimentos estrangeiros em participação no capital as fabricantes de borracha e material plástico, com 31,3% dos US$ 795 milhões atingidos pelo levantamento. A indústria química ficou com 14,8% e as de produtos alimentícios e de bebidas foram receptoras de 7,9% da parcela pesquisada. O BC levantou também origem e destino de US$ 499 milhões em empréstimos intercompanhia de janeiro. O principal país de origem foi a Itália, com 27,3%. Multinacionais americanas ficaram em segundo, com 16,6%. Do México, vieram 11,8%. O principal destino foi o setor de serviços, com 59,9%. A indústria ficou com 30,7%, com destaque para a petroquímica, que levou 14,6% do total. (MI)