Título: Equador pressiona a Petrobras por acordo
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 07/10/2008, Internacional, p. A17

O governo do Equador voltou a ameaçar com expulsão do país as empresas que não concluírem rapidamente as negociações para modificar os contratos de exploração de petróleo. A volta à carga foi uma advertência dirigida à Petrobras, que ainda está negociando os termos de sua atuação no Equador - o governo exige que as empresas do setor se tornem apenas prestadoras de serviços para o Estado.

Autoridades brasileiras disseram ao Valor estarem surpresa com o tom agressivo usado nos últimos dias pelo presidente Rafael Correa e por ministros, pois as negociações estariam transcorrendo normalmente. Uma dessas autoridades disse que a expulsão da Petrobras estaria fora do "horizonte de expectativa" dos negociadores.

Para o ministro de Petróleo do país, Galo Chiriboga, a Petrobras estaria postergando excessivamente as negociações, o que seria "incompreensível". Em referência indireta, disse que, "se essas empresas não cumprirem as políticas para o petróleo do governo, teremos de chegar a uma rescisão dos contratos para que saiam do país".

No Equador, a Petrobras opera na região amazônica, onde produz 32 mil barris por dia. Segundo Chiriboga, a francesa Perenco e a espanhola Repsol-YPF, já renegociaram os contratos.

O ministro de Minas e Energia do Brasil, Edison Lobão, disse acreditar que haverá acordo logo entre a Petrobras e o Equador: "Não acredito que haverá prejuízo para a Petrobras".