Título: Bolsas da Europa fecham no vermelho
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Fonte: Valor Econômico, 10/10/2008, Finanças, p. C2

As ações européias estenderam sua queda ontem, fechando em baixa apesar do rali apresentado no início do dia, à medida que os papéis de bancos e de companhias ligadas ao setor de petróleo caíram e enquanto Wall Street operava volátil.

O índice FTSEurofirst 300 caiu 2,05%, para 921,46 pontos, tendo atingido mais cedo seu menor patamar desde novembro de 2003. O indicador chegou a atingir a máxima de 966 pontos durante o pregão.

O movimento em Wall Street e os esforços dos governos para tentar frear a crise foram levados em conta neste pregão. Alguns analistas avaliaram como positivas as ações tomadas ontem por vários bancos centrais, de cortar as taxas de juro. Para eles, isso traz um certo alívio porque mostra que são capazes de agir em conjunto nesses momentos.

Ao mesmo tempo, persistem uma série de preocupações, especialmente quanto à perda de dinamismo da atividade econômica tanto nos EUA quanto na Europa.

Em Londres, o FTSE-100 caiu 1,21%, aos 4.313,80 pontos. O CAC-40, de Paris, terminou em 3.442,70 pontos, com recuo de 1,55%. O DAX, da bolsa de Frankfurt, diminuiu 2,53%, ficando em 4.887 pontos.

Entre as ações de bancos, as do britânico Barclays caíram 13% e as do espanhol Santander perderam 4,3%. Os papéis de companhias ligadas a petróleo caíram à medida que o preço da commodity recuava quase 2%, com as ações da Royal Dutch Shell caindo 3,2% e as do BP se desvalorizando 1,8%. Entre outras ações também se desvalorizaram foram Unilever, GlaxoSmithKline, Danone, Peugeot, Carrefour, RWE e Continental.

Já os mercados asiáticos reagiram à medida dos bancos centrais, que, em uma ação coordenada, reduziram as taxas de juro. Participaram da medida o Federal Reserve (Fed, a autoridade monetária dos EUA), o Banco Central Europeu (BCE) e o Banco da Inglaterra, entre outros. Os agentes não deixaram de lado, contudo, as preocupações com a situação econômica e financeira global e seguiram de olho nos esforços para tentar frear a crise.

O Nikkei 225 encerrou com queda de 0,5%, aos 9.157,49 pontos, depois de tentar passar para o território positivo por algumas vezes. O Hang Seng, de Hong Kong, aumentou 3,31%, somando 15.943,24 pontos. Em Seul, o Kospi teve valorização de 0,64%, aos 1.264,89 pontos. O Shanghai Composite, de Xangai, diminuiu 0,84%, para 2.074,58 pontos.

O clima de pânico voltou a se instalar hoje nos pregões asiáticos. Com pouco mais de uma hora de pregão, a bolsa de Tóquio registrava baixa de 11,28%. A queda foi agravada pela quebra da seguradora Yamato Life. Em Seul, a baixa era de cerca de 9,5%.