Título: Após forte oscilação, bolsas disparam nos EUA
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Fonte: Valor Econômico, 17/10/2008, Finanças, p. C2

Em um dia marcado por extrema volatilidade, as bolsas americanas acabaram fechando em forte alta o pregão da quinta-feira. Na Europa e Ásia, os principais índices tiveram forte baixa.

Em Wall Street, as bolsas abriram em alta, chegaram a cair mais de 2% em seguida, mas no final da tarde passaram a subir forte. O índice Dow Jones, principal indicador da Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), teve alta de 4,68%, a 8.979 pontos. O Standard & Poor´s 500 subiu 4,25%, a 946 pontos. O Nasdaq avançou 5,49%, a 1.717 pontos.

No mesmo pregão, o Dow oscilou em uma faixa de 700 pontos. Operadores afirmam que os vencimentos de opções podem ter contribuído para a volatilidade.

Varejistas, como o Wal-Mart, e as companhias do setor de saúde impulsionaram os índices com os investidores apostando que seus resultados se provarão resistentes mesmo com uma desaceleração econômica.

Companhias de energia e de materiais, que foram fortemente atingidas na quarta-feira, quando as bolsas tiveram quedas históricas, se recuperaram, mesmo com os preços do petróleo caindo abaixo de US$ 70 por barril. No final do dia, o barril (do tipo WTI) registrou baixa de 6,3% em Nova York e terminou cotado em US$ 69,85 o barril, o menor preço desde 23 de agosto de 2007. Embaladas pela queda, as ações das companhias aéreas foram os destaques de alta.

"Eu acho que isto é procura por preços baixos e existem algumas ações baratas por aí. Algumas destas ações estão em suas mínimas históricas", afirmou Warren Simpson, diretor-gerente da Stephens Capital Management.

Na Europa, que fecha antes das bolsas americanas e, portanto, não foi influenciada pela alta do final da tarde, as ações fecharam em queda acentuada, com os papéis de bancos liderando o declínio. O índice FTSEurofirst 300 caíram 5,52%, para 853 pontos.

Entre os bancos europeus, os papéis do HSBC caíram 4%, os do Santander recuaram 6,5% e os do BNP Paribas tiveram baixa de 7%. No setor de energia, as ações da Royal Dutch Shell tiveram desvalorização de 7% e as da Total perderam mais de 9%, influenciadas pela queda no preço do petróleo.

Entre as principais países, o índice Financial Times, da Bolsa de Londres, fechou em queda de 5,35%, a 3.861 pontos. Na Alemanha, o índice DAX caiu 4,91%, para 4.622 pontos. Em Paris, o índice CAC-40 recuou 5,92% e terminou o dia em 3.181 pontos.

No mercado asiático, o dia também foi marcado por quedas históricas, por conta do aumento dos temores de uma recessão nos Estados Unidos. A Bolsa de Tóquio caiu 11,41%, a maior queda percentual desde outubro de 1987. O índice Hang Seng, de Hong Kong, perdeu 4,80%, ficando em 15.230,52 pontos. Em Seul, o Kospi declinou 9,44%, para 1.213,78 pontos.

O ouro voltou a cair. O grama do metal recuou US$ 34,50 ontem e fechou em US$ 804,50.