Título: Bush convida Lula a reunião pós-crise
Autor: Lyra, Paulo de Tarso
Fonte: Valor Econômico, 22/10/2008, Finanças, p. C5

O presidente dos Estados Unidos, George Bush, convidou ontem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para uma reunião, em novembro, envolvendo os países mais ricos do mundo para discutir o futuro após a crise econômica internacional. O telefonema aconteceu quase no final da reunião de coordenação política. Bush disse que o objetivo é evitar que crises como a atual se repitam. O presidente americano não definiu a data do encontro, o local nem o formato - especula-se que deve ser um G8 ampliado, mas não houve definição se poderia ser o mesmo formato do G20.

Lula concordou com a iniciativa e prometeu participar do encontro assim que ele for agendado. Para o presidente brasileiro, discussões dessa natureza são importantes para que os líderes políticos expressem suas opiniões e, sobretudo, para que impedir que as crises econômicas abortem ou retardem o crescimento dos países emergentes.

Bush aproveitou ainda o telefonema - com duração de aproximadamente quinze minutos - para perguntar a Lula sobre a visita do petista à Índia, na semana passada. O interesse do presidente americano era sondar as reais condições de uma retomada nas negociações da Rodada Doha. O fracasso no último encontro resultou de impasses políticos entre Índia e Estados Unidos.

Lula fez um relato extremamente positivo, vislumbrando a possibilidade da retomada das negociações comerciais. Ele repetiu para o presidente americano a opinião expressa no programa Café com o Presidente da segunda: a conclusão exitosa da Rodada Doha seria uma notícia extremamente positiva e daria uma injeção de ânimo em um momento conturbado como o vivido atualmente pela economia mundial.

A reunião de coordenação acabou sendo prejudicada pela ausência do ministro da Fazenda, Guido Mantega e do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. No mesmo horário, ambos participavam da comissão geral da Câmara para discutir a crise financeira com deputados governistas e de oposição.