Título: Satélites ajudam a mapear Amazônia
Autor: Rahal, Manuela
Fonte: Valor Econômico, 28/10/2008, Tecnologia & Telecomunicações, p. B2

A mesma tecnologia de comunicação via satélite usada no socorro às vítimas do tsunami na Ásia e no furacão Katrina, nos EUA, passou a ser utilizada no projeto de radiografia geográfica da floresta amazônica.

O sistema começou a ser testado em agosto, por meio de um contrato fechado entre o Centro de Imagens Geográficas do Exército (Cigex), braço das Forças Armadas que cuida dos esforços de mapeamento, e a operadora de comunicação via satélite Arycom.

Os resultados obtidos com o sistema serão apresentados hoje, no evento Futurecom, em São Paulo, pelo capitão Fabiano Costa de Almeida, do Cigex.

Resultado de um acordo entre a Casa Civil e as Forças Armadas, o projeto Radiografia da Amazônia foi anunciado em abril. O objetivo é produzir mais de 20 mil mapas detalhados da região amazônica, necessários para obter informações sobre solos, rios e uso dos terrenos.

A tecnologia via satélite permite que as nove equipes que trabalham na parte terrestre do projeto obtenham acesso à internet e troquem informações entre si.

O trabalho desses grupos é localizar e demarcar os pontos que serão usados como referência pelos vôos da Força Aérea Brasileira que farão as fotos aéreas, explica o capitão Almeida. "A necessidade de coordenação é vital nesse processo, portanto, não podem haver falhas na comunicação", afirma.

Por meio de um terminal do tamanho de um notebook, os militares podem realizar a transmissão simultânea de dados e voz em regiões isoladas. A tecnologia conhecida como BGAN (comunicação global em banda larga, na sigla em inglês) será sustentada pela rede de satélites da companhia inglesa Inmarsat, cujos equipamentos cobrem 85% da superfície terrestre, segundo informações da Arycom.

De capital nacional, a Arycom é representante das operações da Inmarsat no Brasil e foi escolhida através de uma licitação do Exército. "Vencemos o processo licitatório pois conseguimos oferecer toda a tecnologia por R$ 200 mil reais", afirma Svante Hjorth, presidente da Arycom.

Estão inclusos no pacote 12 terminais e a conexão entre os aparelhos e os satélites. Os equipamentos são alimentados por luz solar, o que torna possível sua utilização em áreas remotas. "A carga através de energia solar foi um fator determinante para a escolha da empresa", diz o capitão Almeida. Os painéis solares também fazem parte do contrato.