Título: BNDES lista R$ 65 bilhões em projetos irreversíveis
Autor: Durão , Vera Saavedra
Fonte: Valor Econômico, 12/11/2008, Brasil, p. A2

O BNDES, atendendo a pedidos do governo federal, elaborou uma lista de projetos de investimento em setores chaves da economia que, segundo Nelson Siffert, chefe do Departamento de Energia Elétrica do banco, são considerados "irreversíveis" e que manterão o país em crescimento pelos próximos três anos. A maioria dos projetos pertence às áreas de infra-estrutura e insumos básicos e já está em fase de construção, com previsão de entrada em operação entre 2009 e 2011. Em apenas dois setores, eles somam R$ 64,7 bilhões. Nelson Perez/Valor

Nelson Siffert, do BNDES: muitas das empresas já venderam e contrataram em leilões a energia a ser produzida

Apenas no setor elétrico, 24 usinas estão na lista, todas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), somando investimentos totais de R$ 25,9 bilhões, dos quais R$ 16,8 bilhões financiados pelo BNDES, incluindo Santo Antonio, no Rio Madeira. Jirau não entrou nessa conta, porque a obra não foi iniciada por falta de licença de instalação. Se for acrescentada à relação, o valor total dos investimentos em usinas hidrelétricas alcança R$ 35,9 bilhões, com geração prevista de 11.536 megawatts (MW).

O levantamento do departamento da área de insumos básicos de mineração e siderurgia, comandado por Paulo Sérgio Moreira da Fonseca, remeteu ao Ministério do Planejamento uma lista de oito projetos siderúrgicos considerados "firmes" e "anticíclicos", que somam investimentos de R$ 28,8 bilhões. A lista inclui três novas siderúrgicas que estarão prontas até 2011 e cinco projetos de expansão da CSN, Gerdau e Usiminas.

Na área de papel e celulose, o chefe do departamento, André Biazus, diz que "os projetos que estão no banco continuam e continuarão sendo executados principalmente porque já foram aprovados e contratados". De janeiro a outubro foram desembolsados R$ 790 milhões para o setor. Em 2007, o banco emprestou mais (R$ 1,9 bilhão), com realce para projetos da Suzano e da Aracruz. O desempenho de 2008 será mesmo menor, pois ele é visto como um ano de entressafra do setor.