Título: Provisões derrubam resultado da Ripasa
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 24/02/2005, Empresas &, p. B2

No último ano antes da transferência do controle para os novos sócios, a Ripasa, fabricante de papel e celulose, apurou queda de 37% do lucro líquido. Vendida para as rivais Suzano Bahia Sul e Votorantim Celulose e Papel (VCP), a companhia apresentou lucro de R$ 78,2 milhões em 2004, um recuo em relação ao ganho líquido de R$ 124,4 milhões apurado em 2003, segundo informou a empresa à Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). A Ripasa responsabilizou as mudanças na contabilização de provisões para contingências não-recorrentes que foram destinadas para o item "outras despesas operacionais". A Ripasa alcançaria um lucro similar ao de 2003 caso não incluísse essas despesas. Elas subiram de R$ 5,6 milhões para R$ 40,6 milhões em 2004. A maior parcela foi incluída no quarto trimestre. Outro motivo foi a inclusão do valor de R$ 9,6 milhões nas provisões para perdas com os empréstimos compulsórios da Eletrobrás. A receita líquida da fabricante de papel e celulose subiu 12%, totalizando R$ 1,36 bilhão no ano passado. A reação do mercado interno fez o volume de vendas aumentar 17% no ano passado. O lucro operacional antes de juros, impostos, depreciações e amortizações somou R$ 360,2 milhões em 2004, praticamente o mesmo valor de 2003 que foi de R$ 359,2 milhões. A margem operacional, por sua vez, recuou de 29,6% para 26,3% de um ano para outro. A empresa teve boa parte de sua dívida líquida em reais reduzida por conta da valorização da moeda brasileira. O endividamento apresentou queda de R$ 735,2 milhões para R$ 561,8 milhões no fim de dezembro. A venda da Ripasa para a Suzano e VCP por US$ 720 milhões foi anunciada em novembro numa operação que será concluída em duas etapas. Dois terços das ações da companhia serão transferidos aos novos controladores no fim de março e o restante em até seis anos. Os novos acionistas deverão co-administrar a empresa. A compra ainda não foi analisada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). (AV)