Título: Impacto no preço do aço chega a US$ 60 a tonelada
Autor: Vera Saavedra Durão e Ivo Ribeiro
Fonte: Valor Econômico, 24/02/2005, Empresas &, p. B7

O impacto no custo do aço, levando em conta os recentes aumentos do minério de ferro e do carvão, é da ordem de US$ 60 a tonelada, conforme cálculo feito pelo analista de siderurgia da Merrill Lynch, Marcelo Aguiar, em relatório divulgado ontem. Para manter em 2005 resultado operacional (Lajida) dentro de patamares do no último trimestre de 2004, as usinas teriam de reajustar seus produtos no país entre 4% a 13%, dependendo da empresa. Nas suas estimativas, um reajuste de 4% seria suficiente para a Cia. Siderúrgica Nacional (CSN) manter este ano os ganhos de caixa semelhantes ao do último trimestre de 2004, o mais alto do ano que passou, já que ela sofre apenas o impacto da alta do carvão, de US$ 30,28 por ton., pois dispõe de mina própria de minério de ferro. A CST, porém, precisaria de um aumento de 13% e, a Usiminas, de 12%. O analista diz que se for considerada a média/ano da geração de caixa operacional dessas empresas, mais a lucratividade média do período, elas não precisariam de nenhum aumento em 2005, mesmo levando em conta os ajustes dos seus principais insumos, pois teriam gordura para queimar. Na conta de Aguiar, se se considerar os reajustes que já foram dados ao aço neste início do ano ( 4% para CSN, 10% a 15% a Usiminas) mais o altíssimo nível dos preços internacionais e domésticos atingidos na virada para 2005, as siderúrgicas já adentraram o ano com um nível de preço médio 34% acima do de 2004. Para a Merrill Lynch, mesmo com o aumento dos insumos (carvão e minério de ferro), as usinas deverão ter em 2005 outro "ano de ouro" , pois o patamar de preços do aço já lhes garante geração de caixa e lucro superior aos de 2004.