Título: Agenda do pré-sal está mantida, diz Lobão
Autor: Ribeiro , Bianca
Fonte: Valor Econômico, 18/11/2008, Brasil, p. A4

O ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, que participou ontem da Conferência Internacional sobre os Biocombustíveis, reforçou que a apresentação do programa com modelo de exploração da camada pré-sal está mantida para este mês. "Teremos reunião da comissão interministerial ainda neste mês. Deveremos concluir nosso trabalho e levar à apreciação do presidente da República", afirmou. Segundo Lobão, a crise internacional e a queda do preço do barril do petróleo não trarão problemas para o setor e o cronograma de exploração da camada pré-sal "não sofrerá nenhum atraso".

Lobão procurou esclarecer novamente que as reservas de petróleo comprovadas no Brasil somam 14 bilhões de barris. Na camada pré-sal há cerca de outros 12 bilhões de barris certificados, mas as projeções variam muito, de 30 bilhões a 150 bilhões de barris. "Nenhum desses números para cima me surpreenderá, mas não temos nada certificado a não ser os 14 bilhões de barris antigos e 12 bilhões certificados do pré-sal, o resto são expectativas", reforçou o ministro.

A descoberta da camada pré-sal trouxe ânimo novo aos países consumidores de combustíveis fósseis e que tinham preocupações quanto ao potencial de extinção do uso desse tipo de energia, de acordo com o americano especialista em energia e alimentos Paul Roberts. "Enquanto o mundo não decide a respeito do uso de combustíveis renováveis, precisamos evitar que o suprimento de petróleo seja interrompido. Nesse ínterim, o Brasil ganha importância com as descobertas de petróleo offshore."

Questionado sobre possíveis entraves que a crise internacional possa criar à produção de etanol, Lobão enfatizou que não há problemas. "Não haverá crises letais nesse setor", disse. Ele afirmou ainda que o governo estuda ajudas ao setor, mas sem a necessidade de um pacote específico. Ele citou o caso do governo paulista, que reduziu a alíquota de ICMS cobrado das usinas de 25% para 12%, como forma de estimular a produção do setor. "Basta que a empresa solicite [ajuda] e que o governo tenha condições de atender", afirmou, reforçando que o BNDES e o Banco do Brasil têm cumprido esse papel. (Colaborou Cibelle Bouças)