Título: Telemar investe R$ 10 mi em serviço de internet grátis
Autor: Taís Fuoco* e Heloisa Magalhães
Fonte: Valor Econômico, 25/02/2005, Empresas &, p. B4

A Telemar lançou ontem seu provedor de acesso grátis à internet batizado de Oi Internet, como forma de aproveitar a força da marca da operação móvel da companhia. O serviço nasce a partir de um investimento de R$ 10 milhões e cobertura em 220 cidades com acesso discado. Até o final do ano, oferecerá também acesso em banda larga. No anúncio do serviço, o presidente da operadora, Ronaldo Iabrudi, afirmou que a Telemar está elevando em 25% os investimentos que havia previsto para este ano, chegando a R$ 2,5 bilhões. Os gastos irão dar ênfase à banda larga, mobilidade e à qualidade dos serviços, sem esquecer do novo provedor de internet. O presidente do provedor é Sérgio Creimer, executivo que já presidiu o BrTurbo, da Brasil Telecom, de onde saiu em 2002 para lançar o POP. No final do ano passado, a GVT assumiu o controle do POP e mudou a diretoria. Iabrudi disse que agora a operadora forma a estrutura básica : "Estamos convencidos que no médio prazo o futuro das empresas de telecomunicações é a internet, mas no primeiro momento a idéia é oferecer ao cliente uma gama de serviços completa. Quem não tem quatro serviços fica com pouca capacidade de sobreviver. É preciso ter voz local, longa distância nacional e internacional, mobilidade, alta velocidade em banda larga e internet integrado", avaliou. Segundo Iabrudi, independente de ter no portfólio uma gama ampla de serviços, a Telemar está sempre atenta a aquisições. "Todas as oportunidades que surgem a gente avalia. Tem que fazer parte da estratégia e ter racionalidade econômica por trás. Isso orienta nossas decisões. Estamos olhando todos os negócios disponíveis, mas não estamos com nenhum preparado para decidir sobre ele. Há uma área dentro da empresa que cuida disso. É uma rotina", disse Iabrudi. Ele complementou dizendo que a dívida liquida da Telemar é menor do que a geração de caixa da companhia. "Em qualquer país do mundo, dá absoluta tranqüilidade. No Brasil, com todas as inseguranças uma empresa como a nossa efetivamente tem que ter uma geração de caixa maior do que seria desejável em outra realidade de estabilidade econômica." Oferecer telefonia celular em São Paulo é assunto que já foi estudado pela Telemar, mas para a Iabrudi o projeto foi analisado duas vezes e "a conta não fechou. Eu já vi negócios que de graça não interessavam". "O preço da rede é que era o problema. E agora se fala em colocar redes mais caras", complementou o presidente da Oi, Luiz Falco. Iabrudi e Falco consideraram "um equívoco" o plano da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) de licitar a terceira geração de telefonia móvel em agosto deste ano, como noticiou ontem o boletim especializado no setor "Telecom Urgente". "Caso a Anatel mantenha o prazo, a licitação vai acontecer em um momento inadequado, inoportuno, e não terá muitos interessados . Ainda não se amortizou o investimento em GSM neste país. Temos uma operadora (a BrT) que acabou de lançar seus serviços, e a própria Telemar vai levar, este ano, telefonia local a 4,5 mil localidades que ainda não falam ao telefone", disse o presidente da Telemar. "A questão é saber para que precisamos da terceira geração nesse momento", afirmou Falco. "O maior uso do telefone hoje ainda é a voz e ela está muito bem atendida." O Oi Internet, cuja campanha começa hoje na mídia dos Estados onde a Telemar atua, oferece 300 megabites de espaço no e-mail, o maior entre os provedores gratuitos, perdendo apenas para o Gmail, do Google. Para explorar as sinergias da internet e telefonia, a operadora vai dar 31% de desconto nos pulsos excedentes à franquia aos 500 mil primeiros assinantes. A repórter viajou a convite da Telemar