Título: PMDB decide lançar candidato à Mesa do Senado para conter Viana
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Fonte: Valor Econômico, 04/12/2008, Política, p. A9
Em manobra para ganhar tempo enquanto acerta suas questões internas e demandas com o Palácio do Planalto, a bancada do PMDB do Senado decidiu ontem que terá um candidato a presidente da Casa, nome a ser apresentado possivelmente no final de janeiro. Sérgio Lima/Folha Imagem
Reunião da bancada do PMDB no Senado: Sarney, único capaz de unir o partido, já se dissera favorável a Viana e ontem afirmou que seguiria a decisão do partido
O único nome capaz de unir o PMDB é o do senador José Sarney (AP), que esteve na reunião e disse que não era seu "desejo" se candidatar. Sarney fez um apelo pela unidade. Disse que a crise financeira internacional é grande e o partido precisa estar "unido e forte" para ajudar o país.
A reunião da bancada pemedebista foi articulada pelo líder Valdir Raupp (RO) e teve um objetivo claro: impedir que desde já o senador Tião Viana (PT-AC) consolidasse sua candidatura presidente do Senado, alijando o PMDB, que é o maior partido, das negociações em curso.
Na véspera, PSB, PDT e PCdoB haviam declarado apoio à candidatura de Viana. Além disso, o petista negocia de maneira avulsa os principais cargos da mesa e das comissões técnicas, o que deixou os pemedebistas ainda mais contrariados.
Sarney, que já disse ser simpático ao nome de Viana, disse ontem, na reunião, que seguirá o que a bancada decidir. À noite, ele tinha encontrado agendado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na companhia do senador Renan Calheiros (AL), um dos vitoriosos com a decisão da bancada de ter candidato.
O ex-presidente Sarney era contrário a qualquer decisão agora, mas na reunião quem insistiu que o PMDB deveria aguardar, pois era a "noiva" por todos cortejada na sucessão presidencial, foi o líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR). Ele e Geraldo Mesquita (AC) bateram boca durante a reunião.
A decisão do PMDB de ter um candidato no Senado, se for mantida, prejudica a candidatura do deputado Michel Temer, presidente nacional da agremiação, na Câmara - embora diga que não, o PT vincula a eleição de Temer à compensação no Senado, onde sua bancada é minoritária. Lula também defende o "equilíbrio" na representação dos partidos no Congresso.
Além de Sarney, os senadores podem também "puxar" um nome do governo para candidato, como os ministros Edison Lobão (Minas e Energia), declaradamente ligado a Sarney, ou Hélio Costa (Comunicações). Gerson Camata (ES) e Pedro Simon (RS) também são falados.
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