Título: Juros menores aumentam otimismo para 2005
Autor: Cristiane Perini Lucchesi
Fonte: Valor Econômico, 28/02/2005, CAPTAÇÕES EXTERNAS, p. Fs

A ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na última semana de fevereiro, indicando que o aperto dos juros pode estar perto do final foi uma das melhores notícias para os bancos que operam o mercado de capitais em renda fixa. "Foi a nossa alegria", afirmou Aldo Luiz Mendes, superintendente da área de mercado de capitais do Banco do Brasil (BB). Otimista, Mendes aposta que o mercado de debêntures poderá atingir os R$ 15 bilhões em 2005, retomando o patamar registrado em 2002. Líder em operações de captação em renda fixa em 2003, o BB baixou para a quarta posição em 2004. Segundo Mendes, depois de "pisar no acelerador" em 2003 quando todos os outros concorrentes se retraíram, o BB trabalhou em 2004 para consolidar o volume de negócios.

O cenário de expansão da atividade econômica deve abrir mais espaço também para o mercado de notas promissórias (CP). No ano passado foram emitidos R$ 2,241 bilhões em CP, apenas 5,3% mais que em 2003. A operação mais importante foi uma emissão da Embratel, no valor de R$ 1 bilhão. Sendo um papel de curto prazo, o CP geralmente é utilizado como "empréstimo-ponte", para a rolagem de uma dívida enquanto a empresa aguarda a estruturação (ou liberação) de um empréstimo de longo prazo. A Embratel emitiu um CP logo que foi adquirida pelo grupo mexicano Telmex, para rolar dívidas mais onerosas enquanto aguardava o aumento de capital do novo controlador, relata Denise Pavarina de Moura, do Bradesco, um dos bancos que participaram da operação. É um tipo de papel que tende a ser muito utilizado por empresas que preparam programas de investimentos de longo prazo. (JR)