Título: Morgan tem participação destacada
Autor: Cristiane Perini Lucchesi
Fonte: Valor Econômico, 28/02/2005, CAPTAÇÕES EXTERNAS, p. Fs

Responsável pela estruturação no ano passado de captações para empresas, bancos e República brasileiros que somaram US$ 2 bilhões, o norte-americano Morgan Stanley conseguiu alcançar a liderança em duas modalidades do "Ranking Valor de Captações Externas". Além de dividir o primeiro lugar em emissões de bônus corporativo do setor público com a Bear Stearns, o Morgan Stanley conseguiu ficar à frente da concorrência nas captações para empresas não-financeiras, excluída a República e os bancos públicos e privados. O Morgan Stanley foi destaque quando liderou a operação de captação da usina de açúcar e álcool Cosan, com sede no interior paulista. O que chamou a atenção do mercado foi o fato de o emissor ser pouco conhecido no mercado internacional de capitais e mesmo assim ter conseguido levantar nada menos do que US$ 200 milhões, acima das expectativas da própria empresa. Os papéis da Cosan, com prazo de vencimento de cinco anos, foram vendidos a uma taxa de 593 pontos-base acima da taxa dos títulos do governo americano de mesmo prazo. Nos dias posteriores ao lançamento, os papéis da Cosan tiveram um desempenho considerável no mercado secundário, com rentabilidade superior à do C-bond. Além dessa operação, o Morgan liderou, em parceria com a Bear Stearns, uma emissão de eurobônus de US$ 600 milhões para a Petrobras. Com esse desempenho, o Morgan Stanley conseguiu ficar pouco acima de outros três pesos-pesados do segmento de bônus corporativos não-financeiras: o Citigroup, com US$ 762 milhões captados, o UBS (US$ 725 milhões) e a própria Bear Stearns, com US$ 720 milhões nesse segmento. De acordo com Rodrigo Lowndes, diretor-gerente do Morgan Stanley no Brasil, foi fundamental para esse resultado o empenho do banco em ampliar o leque de potenciais investidores. "Nosso foco tem sido posicionar nossos clientes como participantes do mercado global e não simplesmente como empresas de mercados emergentes. Isso tem permitido acessar uma base de investidores de maior qualidade, alongando prazos e reduzindo volatilidade " , diz Lowndes. A expectativa de crescimento das emissões brasileiras no exterior leva em conta a alta dos juros domésticos. "Taxas de juros locais mais elevadas tornam as taxas internacionais relativamente ainda mais atrativas, especialmente levando-se em consideração o baixo patamar em que as taxas internacionais se encontram hoje " , avalia o executivo do Morgan. No "Ranking Valor de Captações Externas" de 2003, o Morgan Stanley ficou em oitavo lugar no ranking geral, liderando operações que somaram US$ 1,975 bilhão, valor muito próximo dos US$ 2 bilhões liderados em 2004, quando o banco passou para a quinta colocação.