Título: Mercado editorial fecha o ano com crescimento
Autor: Koike , Beth
Fonte: Valor Econômico, 26/12/2008, Empresas, p. B3

Mesmo com a crise, o mercado editorial está encerrando o ano com crescimento. Como ocorreu em 2007, os livros infanto-juvenis foram novamente o destaque do setor. O cenário otimista deve se manter pelo menos no primeiro trimestre de 2009, período de volta às aulas das escolas. Gustavo Lourenção/Valor

Sonia Jardim, vice-presidente da editora Record, diz que os livros infanto-juvenis foram o destaque deste ano

"Entre as dez editoras que compõem a diretoria do Snel, nove registraram crescimento neste ano", disse Sonia Jardim, presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel) e vice-presidente da editora Record.

Neste ano, a Record registrou crescimento nas vendas de 20%, índice acima dos 15% projetados inicialmente. Segundo Sonia Jardim, a alta é resultado dos investimentos realizados na área de logística e dos 550 títulos lançamentos ao longo de 2008.

A receita da Global Editora, que vendeu 1 milhão de livros paradidáticos para o governo federal neste ano, também cresceu acima do esperado. A projeção inicial era de 10%, mas o aumento foi de 16%, segundo Luiz Alvez, presidente da Global.

Dona dos títulos da série "O Menino Maluquinho", a editora Melhoramentos registrou até novembro um aumento de 27% na receita em relação ao mesmo período de 2007. "As vendas porta-a-porta foram as que tiveram o melhor desempenho, com crescimento de 38%", afirmou Breno Lerner, presidente da editora Melhoramentos.

Nos dez primeiros meses, a M. Books acumula alta de 21% no faturamento e 23% no volume de livros em relação a igual período de 2007. Apesar desse bom resultado, Milton Mira de Assumpção Filho, presidente da M.Books, diz que está olhando com cautela o próximo ano.

"Ninguém sabe o que vai acontecer em 2009. Mas, vou segurar os lançamentos em janeiro e fevereiro", diz Assumpção Filho. Diante de um cenário de incertezas, o editor está vendendo nesse período de férias seus livros em pontos de grande circulação como rodoviárias, aeroportos e contratou vendedores para trabalhar no litoral.

Passados os três primeiros meses de 2009, o cenário é de incerteza para a maior parte das editoras. "Ainda é difícil prever um cenário para 2009 porque não se sabe os reflexos da crise econômica no mercado editorial. De qualquer forma, nos preocupa a escassez de crédito e a alta do dólar que impacta sobre o preço do papel", diz Rosely Boschini, presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL).