Título: Crise segura expansão das vendas de aço
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 10/12/2008, Empresas, p. B9

A siderurgia brasileira, apesar do tranco na demanda interna a partir de meados de outubro, vai fechar o ano no azul. Mas o cenário para 2009 ainda está nebuloso para as fabricantes de aço do país. O setor aguarda que os principais consumidores locais de seus produtos - construção civil (30%), indústria automotiva (26%) e bens de capital (20%) - indiquem em que patamar vão operar para poderem definir seu ritmo de atividade. "Lá fora os negócios estão parados, travando as exportações, e aqui vemos uma quadro de demanda retraída", afirma Marco Pólo de Melo Lopes, vice-presidente executivo do Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS). "2009 ainda é uma interrogação", diz.

A entidade acaba de fazer a nova revisão do desempenho do setor neste ano. O consumo aparente de aço deve fechar com crescimento de 10,6% sobre o volume do ano passado, em 24,38 milhões de toneladas, abaixo das 25,1 milhões de toneladas projetadas cinco meses atrás. "Ainda é um resultado muito bom", comenta Lopes, que aponta um processo de desaceleração acentuado em novembro e dezembro. Antes, a previsão era crescer 14%.

Os aços planos, aplicados principalmente na fabricação de automóveis e bens de linha branca, projetam queda de produção nas usinas de 8,4% até dezembro. Ao contrário, os produtos longos (como vergalhões, perfis e barras), usados na construção civil e na indústria, indicam alta de 2,5%. As exportações sinalizam retração de 12,1% em volume, para 9,05 milhões de toneladas, devido a redirecionamento de material para mercado interno (até setembro) e travamento das compras nos mercados externos. Em receita, devido aos bons preços na maior parte do ano, está previsto aumento de 19% sobre o ano passado, chegando a US$ 7,9 bilhões.

Esse cenário levou os grupos Gerdau, Usiminas, ArcelorMittal e Vallourec a antecipar paradas de altos-fornos para reformas e de suas linhas de acabamento e até a conceder férias coletivas. A CSN anunciou férias coletivas integrais na GalvaSud (aço plano galvanizado para automóveis) por 20 dias e nas unidades de laminação e acabamento da usina de aço de Volta Redonda.

O aquecimento forte da demanda de aço no país até o fim do terceiro trimestre, obrigando usinas locais, como Usiminas, a importar para atender clientes, deve sustentar aumento de suas vendas internas de 7,3%, para 22 milhões de toneladas, conforme as projeções do IBS. Desse volume, 21,3 milhões são produtos (planos e longos) laminados. O impacto na demanda puxou para baixo o desempenho, para 6,9%. Em julho, a previsão era de 11,7%.

As paradas e abafamento de altos-fornos e ajustes e paralisação de fornos elétricos da usinas à base de sucata vão fazer a produção do país alcançar uma alta de apenas 1,1%, segundo os dados compilados pelo IBS. A nova projeção é de 34,2 milhões de toneladas, irrisórias 400 mil a mais que o volume obtido no ano passado. A expectativa no início do ano era de 37,5 milhões de toneladas, rebaixada para 36,3 milhões em julho.

"De qualquer forma, fechamos 2008 de maneira bem positiva", afirma Lopes. Agora, observa o executivo, o setor vive grande expectativa sobre o rumo que seus principais clientes tomarão.

A siderurgia tem outras preocupações e uma delas é a preservação de seu mercado. Seis dirigentes do setor estiveram com o ministro Miguel Jorge, do MDIC, na semana passada. No cenário de recessão mundial, apontaram a ele o protecionismo nos maiores mercados (EUA e Europa), levando a China a buscar a América Latina e outras regiões para desovar seus excedentes. "Há um claro estímulo do governo chinês para elevar a exportação, com eliminação de taxas". Enquanto isso, afirma Lopes, o Brasil teima em manter dez produtos com taxas de importação zeradas.

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