Título: Em sua última coletiva, Bush admite vários erros
Autor: Seib , Gerald F.
Fonte: Valor Econômico, 13/01/2009, Internacional, p. A9

George W. Bush pensou em si mesmo como um nome nos livros de história e, em sua última coletiva como presidente dos EUA, tentou dar forma a sua passagem pela Casa Branca, com a admissão de alguns erros. Um Bush pensativo, às vezes combativo, falou a jornalistas com brincadeiras e sob um manto de nostalgia, a oito dias de entregar a chave da Casa Branca.

Ele não mostrou arrependimento de algumas de suas decisões, que defendeu com energia, como a política no Iraque e a guerra contra o terrorismo. Em outras, no entanto, mostrou reconheceu erros, como o canto de vitória prematuro no país árabe, refletido em um cartaz pendurada em um porta-aviões um mês após a invasão.

"Claramente pôr ´Missão Cumprida´ em um porta-aviões foi um erro. Passou a mensagem errada", disse. "Abu Ghraib [a prisão no Iraque em que soldados americanos torturaram prisioneiros] obviamente foi uma grande decepção durante minha Presidência."

Outro dos pontos obscuros de seu mandato foi a ausência de armas de destruição em massa no Iraque, razão que ele utilizou para justificar a invasão. "Não sei se devo chamar isso de erros ou não, mas foram coisas que não marcharam de acordo com os planos."

Em economia, admitiu ter se visto obrigado a separar alguns de seus princípios a favor do livre mercado depois que seus assessores o alertaram de que os EUA poderiam entrar em uma crise pior que a Grande Depressão.

Custou a Bush explicar o que fará após a Presidência. "Não me imagino com um gorro grande de palha e uma camisa havaiana sentado em uma praia, especialmente porque já não bebo."