Título: BNDES decide criar área de meio ambiente
Autor: Rittner , Daniel
Fonte: Valor Econômico, 15/01/2009, Brasil, p. A4

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) mergulhou na "onda verde" e anuncia na próxima semana a criação de uma área de Meio Ambiente, cujo diretor será Eduardo RathFingerl, que vai acumular o novo cargo com o de diretor da área de Mercado de Capitais. O superintendente da nova área será Sérgio Weguelin, funcionário de carreira da instituição de fomento, que retorna ao banco depois de quatro anos trabalhando como diretor da CVM. Leo Pinheiro/Valor

Eduardo RathFingerl, diretor da área, que é uma das prioridades do banco

RathFingerl e Weguelin serão os responsáveis pela gestão do Fundo da Amazônia, que será administrado pelo banco, e já contará este ano com um caixa de US$ 150 milhões a serem aportados pela Noruega, país que se comprometeu a injetar nele US$ 1 bilhão até 2015.

A decisão da cúpula do banco de ter uma área para cuidar do meio ambiente foi tomada levando em conta a necessidade de fortalecer a consciência ambiental nas empresas e trabalhar junto com o governo federal para combater as mudanças climáticas e o desmatamento. No plano internacional essas políticas são muito ousadas e o Brasil não quer ficar atrás. A idéia do BNDES é ter a sustentabilidade ambiental como uma das prioridades este ano, levando a área de meio ambiente a crescer bem rapidamente. Ela faz parte da agenda anticrise tocada pelo banco este ano, disse ao Valor o diretor de Planejamento do BNDES, José Carlos Ferraz.

Essa tarefa é vista pelo BNDES como um desafio. A instituição de fomento já conta com um Departamento de Meio Ambiente, tocado por Eduardo Bandeira de Mello, que exige que todo projeto de investimento do banco tenha aprovação do Ibama. O Departamento toca também o Programa de Conservação de Energia (Proesco), que tem uma carteira de R$ 90 milhões relacionada a 20 operações, que será mantida no portfólio da nova área.

A direção do banco reconhece a necessidade de trabalhar cada vez mais a questão ambiental, pois ela está tomando uma dimensão grande, dado o agravamento do aquecimento global e a importância do Brasil para a preservação do ecossistema planetário, que tem a Amazônia como uma das peças de resistência. Por essa razão, a área de Meio Ambiente vai gerir o Fundo da Amazônia. Neste momento, o banco conversa com os governos da Alemanha e da Inglaterra, que, a exemplo da Noruega, também querem participar do fundo.

A Mata Atlântica será alvo de um programa especial de preservação que se chamará Iniciativa BNDES/Mata Atlântica. O programa vai contar com R$ 15 milhões iniciais para obras de preservação e manutenção da Mata Atlântica. Este dinheiro sairá do Fundo Social do banco.

No momento, o BNDES está definindo o número de departamentos que terá a nova área. Além da gestão do Fundo da Amazônia, do Programa da Mata Atlântica e do Proesco, a idéia do BNDES é fazer uma estatística de desembolso para obras ambientais. Esta estatística inexiste no banco, já que as exigências ambientais e os financiamentos para este fim estão espalhados pelas diversas áreas da instituição.