Título: CSN deve demitir 900 funcionários, diz sindicato
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Fonte: Valor Econômico, 23/01/2009, Brasil, p. A4

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) deve demitir 900 empregados da usina Presidente Vargas, em Volta Redonda (RJ), segundo informações levantadas pelo Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense. "A informação que temos é de que amanhã teriam mais 900 demissões", disse o presidente do sindicato, Renato Soares Ramos. Caso os cortes sejam confirmados, os trabalhadores podem iniciar uma greve. "A greve é o último instrumento que podemos adotar se não houver negociação", disse Ramos. O Valor procurou a empresa e não obteve retorno.

Segundo o presidente do sindicato, a posição é negociar, mas, até o momento, a direção da CSN não respondeu aos contatos. "Não conseguimos nos reunir para negociar nada. Já recomeçaram a demitir na quinta-feira, a demissão está correndo solta", afirmou Ramos. O sindicalista sugere como alternativas às demissões a concessão de novas férias coletivas, o uso de banco de banco de horas e a licença remunerada.

Em dezembro, a CSN demitiu 300 funcionários em Volta Redonda antes de conceder 20 dias de férias coletivas a 2.500 empregados. A última reunião entre a direção da empresa e representantes do sindicato dos trabalhadores ocorreu antes das demissões, quando a empresa anunciou as férias coletivas e teria se comprometido a não demitir. O acordo não foi para frente principalmente porque a empresa queria aumentar a jornada de trabalho de seis horas para oito horas, proposta rejeitada pelos sindicalistas, pois poderia implicar cortes no futuro.

Em Volta Redonda, cidade muito dependente da usina da CSN, o comércio já começa a se ressentir. De acordo com o presidente executivo da Leader Magazine, Rogério Macedo, a loja do município obteve o pior desempenho das vendas de Natal entre as 43 unidades da rede de vestuário e calçados espalhadas pelo país.

A CSN tem cerca de 8 mil funcionários na usina Presidente Vargas, mas já chegou a ter 23 mil empregados antes de ser privatizada, no início dos anos 90. A última greve na siderúrgica ocorreu em 2007, durante quatro dias. Na época, os funcionários reivindicavam aumento salarial. (APG)