Título: Fed amplia prazo da linha de apoio ao BC
Autor: Ribeiro , Alex
Fonte: Valor Econômico, 04/02/2009, Finanças, p. C1

O Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, prorrogou em seis meses o prazo de sua linha de assistência de US$ 30 bilhões contratado com o Banco Central do Brasil, que agora irá vencer em 30 de outubro.

O BC, em nota à imprensa, informa que a linha "será utilizada para incrementar os fundos disponíveis para as operações de provisão de liquidez em dólares". Mas não dá detalhes sobre quando e quanto irá acionar da linha de assistência do Fed.

Pelo acordo fechado em fins de 2008, que originalmente iria expirar em 30 de abril, o BC brasileiro poderá fazer uma operação de "swap" de até US$ 30 bilhões com o Fed. Nessa transação, o Fed faria um crédito em dólares ao BC brasileiro, que, em contrapartida, daria um crédito em valor corresponde em reais para o Fed. Não há pagamento de juros na operação, e o risco de variação na cotação do dólar e do real é travado na contratação do "swap".

Caso o BC acione a linha de "swap", os recursos sacados irão fortalecer as reservas internacionais. Nessa hipótese, os dólares do Fed ampliariam a capacidade de o BC oferecer linhas de empréstimos em moeda estrangeira aos bancos para ajudar a financiar o comércio exterior. Também colocariam mais recursos à disposição para a futura linha de empréstimo em dólares para ajudar empresas a rolar a dívida externa, que deverá ser regulamentada nos próximos dias pela autoridade monetária.

"A extensão da linha de "swap" de moedas com o Fed demonstra confiança nos fundamentos da economia brasileira, ao mesmo tempo em que amplia a capacidade de o BC prover liquidez no mercado cambial", declarou o presidente do BC, Henrique Meirelles, por meio da assessoria de imprensa. "A medida reforça a percepção do Brasil entre os países com política econômica saudável e importância sistêmica, segundo os critérios do Fed."

Além do Brasil, o Fed anunciou ontem operações semelhantes de extensão de prazo com as autoridades monetárias da Austrália, Canadá, Cingapura, Coreia, Dinamarca, Europa, Inglaterra, México, Noruega, Nova Zelândia, Suécia e Suíça. A linha de assistência do Fed não impõe condições à política econômica dos países, ao contrário do que acontece nos socorros patrocinados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).