Título: Consumo de álcool cai em janeiro
Autor: Scaramuzzo , Mônica
Fonte: Valor Econômico, 10/02/2009, Empresas, p. B2

O consumo de álcool combustível apresentou uma ligeira queda no mês de janeiro em relação a dezembro na região Centro-Sul do país, como reflexo do período de férias. No mês passado, o consumo atingiu cerca de 1,8 bilhão de litros, recuo de 3% sobre dezembro, segundo dados preliminares da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica). Mas em relação a janeiro de 2008, o aumento é de cerca de 30%, de acordo com Antonio de Padua Rodrigues, diretor-técnico da Unica.

"A média mensal de consumo do combustível em novembro, dezembro e janeiro ficou em 1,284 bilhão de litros para o tipo hidratado e 471 milhões de litros para o anidro", afirmou Rodrigues. Em 2008, as vendas totais de álcool no mercado interno somaram 20 bilhões de litros, dos quais 14 bilhões foram do tipo hidratado e 6 bilhões do anidro. Em relação a 2007, o crescimento do consumo foi de 26,5%. As exportações, no mesmo período, foram de 2,1 bilhões de anidro e 2,31 bilhões de hidratado.

Para 2009, as perspectivas são positivas por conta das vendas crescentes de veículos flexfuel. Em janeiro, a comercialização de carros flex atingiu 163.545 unidades, um aumento de 3% sobre dezembro. Mas em relação a janeiro do ano passado, as vendas recuaram 9%, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

"Estimamos para 2009 um incremento no consumo de mais de 2 bilhões de litros de álcool [para 22 bilhões de litros]", afirmou Rodrigues. Essas projeções de aumento de consumo, ainda conservadoras, consideram um cenário negativo, com um recuo nas vendas de flexfuel em até 20%. Mas Rodrigues não acredita em queda na comercialização para este tipo de veículo.

Na semana encerrada no dia 7 fevereiro, o álcool combustível está mais competitivo em relação à gasolina em 18 dos 27 Estados do país, segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Abastecer com o etanol é mais vantajoso que a gasolina quando sua relação de preço está abaixo de 70%. Mas em dez Estados, onde o álcool ainda é competitivo, a relação de preços está acima de 65%.

Considerando que as usinas do setor sucroalcooleiro estão em plena entressafra no Centro-Sul, a atual competitividade a favor do álcool neste período é considerada muito alta, uma vez que entre janeiro e abril os preços do produto costumam ser mais firmes por conta da redução de oferta na região.