Título: Governo prepara projeto para ampliar a capacidade da hidrovia Paraná-Tietê
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Fonte: Valor Econômico, 19/02/2009, Brasil, p. A2

O governo prepara um projeto para aumentar em seis vezes a capacidade de transporte da hidrovia Paraná-Tietê. A ampliação, que exigirá investimentos estimados de R$ 5 bilhões a R$ 8 bilhões, permitirá elevar o volume de carga transportada de 5 milhões para até 30 milhões de toneladas por ano.

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) entregará os estudos para o empreendimento, no fim de março, à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Conforme explicou ontem o diretor-geral do DNIT, Luiz Antônio Pagot, o corredor hidroviário passaria dos atuais 800 para 2 mil quilômetros de extensão. E terminaria a cerca de 140 quilômetros do porto de Santos, facilitando o escoamento das exportações.

Pagot apontou granéis em geral, açúcar e álcool, papel e celulose como segmentos com grande potencial de usar a hidrovia ampliada para reduzir os custos logísticos. Seria necessário construir 12 eclusas para viabilizar o projeto. As eclusas permitem a subida ou descida de embarcações em trechos de rio que apresentam grande desnível do leito.

"Imagine a quantidade de carretas que poderiam deixar as estradas", afirmou Pagot. Ele disse que a expansão da hidrovia, além de vantajosa ao meio ambiente por reduzir as emissões de gases do efeito estufa, é relativamente barata. "Sai por menos do que 1.200 quilômetros de rodovias."

Junto com a ampliação do sistema Paraná-Tietê, o DNIT apresentará à Casa Civil os estudos de outras duas hidrovias. Com o fim das obras das eclusas de Tucuruí, em 2010, a hidrovia do Tocantins terá 700 quilômetros de navegabilidade. Mas a ideia é chegar a 2.200 quilômetros, com o projeto de novas eclusas em Lajeado e Estreito. Os investimentos podem chegar a R$ 2,1 bilhões. Será definido ainda o projeto de implantação da hidrovia Teles Pires-Tapajós, que exigiria investimentos de até R$ 5 bilhões, para tornar navegáveis 1.500 quilômetros de rios no norte de Mato Grosso e no Pará. (DR)