Título: Daycoval e PanAmericano melhoram resultados
Autor: Chico Santos
Fonte: Valor Econômico, 02/03/2005, Finanças, p. C8

Dois bancos médios com focos diferentes, o Daycoval, da família libanesa Dayan, e o PanAmericano, do grupo Silvio Santos, divulgaram, ontem, o balanço de 2004. Voltado para empresas de médio porte, o Daycoval teve um lucro líquido de R$ 70,115 milhões, 12,1% superior aos R$ 62,539 milhões de 2003. Já o PanAmericano, especializado no financiamento ao consumo e à pessoa física, lucrou R$ 41,995 milhões, 23,4% a mais do que no ano anterior. A queda dos juros e a recuperação da economia favoreceram os negócios das duas instituições, que ainda conseguiram sair incólumes da crise de liquidez que se seguiu à intervenção no Banco Santos, em novembro. Um caixa ao redor de R$ 400 milhões, superior até mesmo ao patrimônio de R$ 334,365 milhões, e a baixa alavancagem garantiram a tranqüilidade do Daycoval, disse o diretor Carlos Moisés. O Daycoval aumentou em 40,2% a carteira de crédito, de R$ 464,722 milhões em dezembro de 2003 para R$ 651,679 milhões em dezembro passado - expansão superior à dos ativos totais que cresceram 23,9%, de R$ 978,26 milhões para R$ 1,212 bilhão. As receitas de operações de crédito evoluíram 12,8% para R$ 185,1 milhões, mas as despesas com provisões para crédito tiveram que ser quase que triplicadas para R$ 15,234 milhões. Moisés informou que a expansão continua neste ano quando o banco deve mudar para a nova sede, na avenida Paulista, região central de São Paulo; e abrir a agência do Rio de Janeiro. Em 2004, foram abertas as agências de Belo Horizonte (MG) e Ribeirão Preto (SP). Além disso, o banco quer deslanchar as operações de crédito com desconto em folha, inclusive para aposentados, que acaba de começar. A intenção é fechar o ano com uma carteira de crédito de R$ 1 bilhão. O PanAmericano, disse o diretor operacional Wilson Roberto de Aro, superou as turbulências apoiado nos fundos de direito creditório (FDICs) e nas cessões de carteira, que garantiram o funding para a expansão dos negócios e, de quebra, reduziram os custos de captação. Assim, enquanto as operações de crédito carregadas no balanço mostraram redução de 10,6%, de R$ 1,408 bilhão para R$ 1,273 bilhão, a carteira bruta cresceu 18,97%, de R$ 2,093 bilhões para R$ 2,49 bilhões. A carteira bruta inclui operações cedidas a outras instituições financeiras e aos FDICs. O PanAmericano tem três fundos de recebíveis de financiamento de veículos, cujo saldo cresceu 174,4%, de R$ 275,3 milhões em 2003 para R$ 755,4 milhões no final de 2004. Além disso, em junho, o capital foi reforçado em R$ 59,8 milhões, fechando o ano em R$ 322,7 milhões. A receita com operações de crédito cresceu 18% pra R$ 961,975 milhões; e as provisões para créditos aumentaram 68% para R$ 195,645 milhões. A estratégia de enfatizar o cartão de crédito foi bem-sucedida: o número de cartões cresceu 31,6% para 9,4 milhões de plásticos (6,7 milhões private label e 2,7 milhões com bandeira Visa e Mastercard. A participação do cartão na carteira de crédito aumentou de 47,4% para 50,1%. Neste ano, a intenção do banco, disse Aro, é continuar a expansão dos pontos de venda e firmar o crédito consignado com desconto em folha, inclusive para aposentados, que foi até objeto de uma ambiciosa parceria com o Bradesco, que garantiu R$ 7,2 bilhões em funding. O PanAmericano começou 2005 com 124 pontos de venda e quer chegar a 200 até o final do ano, buscando "mercados menos competitivos", disse Aro.