Título: Petrobras obtém US$ 910 mi para escoar óleo
Autor: Cláudia Schüffner e Francisco Góes
Fonte: Valor Econômico, 03/03/2005, Brasil, p. A2

A Petrobras anunciou ontem que obteve financiamento de US$ 910 milhões para implantar o plano diretor de escoamento e tratamento de óleo da Bacia de Campos, que permitirá escoar diariamente até 630 mil barris de petróleo produzidos por cinco plataformas que estarão instaladas nos campos de Roncador, Marlim Sul e Marlim Leste, na bacia de Campos. O óleo será levado por mar até as refinarias da Petrobras em outros estados, podendo também ser exportado. Quando o projeto foi anunciado, em 2003, ele previa a construção de dutos no mar e em terra para escoar o petróleo até São Paulo, mas recebeu um bombardeio de críticas do governo do Rio, que acusou a estatal de querer "exportar" petróleo da bacia de Campos para o estado vizinho. Sem licença ambiental para a parte terrestre, a Petrobras redesenhou o plano diretor para a configuração atual. "O projeto é uma forma de facilitar o escoamento da produção da bacia de Campos e até sua exportação. O financiamento já tinha sido acertado com os japoneses em duas partes, a terrestre e a marítima. Quando a parte terrestre do projeto se inviabilizou, continuamos tocando a parte marítima", disse o presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra. A Petrobras detalhou as fontes do financiamento, que terá o maior volume de recursos vindo do Japan Bank for International Cooperation (JBIC), que emprestará US$ 491,4 milhões. Um pool formado por 12 bancos comerciais vai financiar US$ 327,6 milhões, com seguro do Nippon Export and Investment Insurance (Nexi), e outros US$ 91 milhões virão de um consórcio formado pelas tradings japonesas Mitsubishi e Marubeni. O pool é formado pelo Mizuho Corporate Bank, ABN Amro, Deutsche Bank, Citibank, UFJ Bank, HSBC, Hypo Vereinsbank, Santander/Banespa, ANZ, WestLB e Calyon and Sumitomo Trust. A previsão é que o plano diretor estará concluído em dezembro de 2006. O projeto prevê a construção de uma rede de dutos submarinos que levarão o petróleo das plataformas P-51, P-52, P-53, P-55 e RO-4 até uma plataforma fixa que vai receber esse petróleo, a PRA-1 (plataforma de rebombeio autônoma), já em construção. O contrato tem prazo de 12 anos para pagamento e dois anos de carência.