Título: CPI dos Fundos de Pensão esbarra na falta de assinaturas
Autor: Agostine , Cristiane
Fonte: Valor Econômico, 04/03/2009, Política, p. A9
A iniciativa do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito que investigue os fundos de pensão estatais obteve até agora apoio de menos de um terço dos deputados. Eduardo Cunha estima ter cerca de 100 assinaturas dos 513 deputados. Para criar uma CPI é necessário ter 342 assinaturas, dois terços dos deputados.
As articulações para a instalação da CPI surgiram na semana passada na Câmara, depois que o PMDB não conseguiu substituir parte da direção do fundo de pensão de Furnas Centrais Elétricas e da Eletronuclear, o Real Grandeza.
O governo federal é contrário à investigação dos fundos de pensão. Durante reunião da coordenação política de ontem, o governo reiterou que não teme a CPI, mas a avaliação é de que a sua realização, em um ano em que o Executivo espera que o Congresso se concentre em medidas de combate à crise, seria muito ruim para o país.
O ministro da coordenação política, José Múcio Monteiro, revelou aos participantes da reunião de coordenação não acreditar que a CPI se materialize, e informou ter conversado com Eduardo Cunha e dele obtido a justificativa de que "tinha sido muito agredido na semana passada e que precisava de alguma forma responder as acusações contra ele". Múcio também conversou com outros líderes aliados e almoça hoje com os partidos da base na liderança do governo na Câmara.
Cunha foi apontado como principal interessado na troca da diretoria do Real Grandeza. Ele nega interesse próprio ou de seu grupo político na indicação e disse "ironizar" tais insinuações feitas por seus colegas parlamentares. "Tanto não nomeei ninguém que estou pedindo a abertura de uma CPI", comentou.