Título: Nível de emprego e gasto com folha de pagamento cai em janeiro nas fábricas
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 13/03/2009, Brasil, p. A3

O emprego na indústria recuou 1,3% na passagem de dezembro do ano passado para o primeiro mês de 2009, na série livre dos efeitos sazonais. Com isso, marcou a quarta redução seguida no comparativo mensal, revelou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Em relação a janeiro do ano passado, o indicador recuou 2,5%, "a segunda taxa negativa consecutiva e a menor da série histórica iniciada em 2001", informou o organismo. Em 12 meses, o emprego industrial cresceu 1,6%, a menor leitura desde setembro de 2007 (1,5%).

Na comparação entre janeiro deste ano com igual período de 2008, o contingente de trabalhadores diminuiu na maioria dos locais investigados (13 dos 14) e em 12 dos 18 ramos analisados. O IBGE informou que a redução no emprego em São Paulo (-2,1%), região Norte e Centro-Oeste (-4,5%), Paraná (-4,5%) e Santa Catarina (-3,5%) exerceram as pressões mais significativas no total do país.

Os principais impactos no nível de emprego, na média do país, foram sentidos pelos setores de vestuário, com queda de 8,2%, calçados e artigos de couro, com menos 10,3%, e madeira, com perdas da ordem de 13,3%. Setores que já apresentavam "clara redução do ritmo de expansão" no fim do ano passado, como meios de transporte, máquinas e aparelhos eletrônicos e de comunicação tiveram em janeiro taxas negativas, de 1,9%, 0,3% e de 0,7%, respectivamente. O setor de máquinas e equipamentos, que no último trimestre de 2008 havia apresentado alta acumulada de 5,8%, acabou caindo 0,7% em janeiro.

No sentido oposto, o setor de petróleo e produção de álcool apresentou alta no nível de emprego em janeiro, de 10,5%. O emprego também cresceu no setor de minerais não-metálicos (3,2%), e de papel e gráfica (1,9%).

Já o valor da folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria do país diminuiu 1,2% em janeiro deste ano perante o último mês de 2008. O resultado marcou a quarta baixa sucessiva. Ante janeiro de 2008, no entanto, o valor da folha subiu 1,2%, mas teve o menor resultado desde dezembro de 2006, quando cresceu 0,5%. Em 12 meses, o acréscimo foi de 5,6%.

Comparando janeiro de 2009 com mesmo período do exercício anterior, foram registrados aumentos salariais em nove dos 14 locais pesquisados, como São Paulo (1,8%), Espírito Santo (14,1%) e Rio de Janeiro (2,1%).

A pesquisa mostrou que o número de horas pagas na indústria caiu 1,8% em janeiro em relação a a dezembro, na série livre dos efeitos sazonais. Na comparação com janeiro de 2008, houve declínio de 3,6% no número de horas pagas, a taxa mais baixa desde o início da série histórica. Para o IBGE, a retração no emprego industrial e a queda no total de horas pagas estão "em linha" com o menor ritmo de atividade dos últimos quatro meses. (Agências noticiosas)