Título: Governo mostrará importância de malha social a empresários
Autor: Lyra, Paulo de Tarso
Fonte: Valor Econômico, 08/04/2009, Brasil, p. A12

O governo quer reunir os empresários em junho para mostrar como os programas sociais serviram para sustentar a economia brasileira neste período de crise internacional. A decisão do encontro foi tomada ontem, durante a primeira reunião da coordenação política, no Centro Cultural Banco do Brasil - nova sede do governo federal durante as obras de reforma do Palácio do Planalto.

De acordo com o ministro da Coordenação Política, José Múcio Monteiro, esse encontro servirá para uma avaliação da "malha social brasileira". "Nós vamos reunir o empresariado brasileiro para dizer onde é que está esse fortalecimento, como é que isso aconteceu, como isso foi gerado, como houve uma movimentação das classes sociais mais baixas", disse Múcio.

Durante a reunião o ministro da Fazenda, Guido Mantega, avaliou que a economia brasileira já apresenta sinais consistentes de retomada das atividades. O principal exemplo seria o bom resultado da indústria automobilística no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. O aumento na produção de veículos, contudo, foi embalado pela redução no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos carros novos. Inicialmente prevista para durar até o fim de março, a medida foi prorrogada até junho.

Múcio, contudo, não deixou claro se o IPI poderá ser novamente prorrogado, desta vez até o fim deste ano. "Isso não pode virar uma coisa definitiva, porque senão tira o poder de atratividade da medida", disse.

Mantega negou que esteja nos planos do governo estender a isenção do IPI, que hoje beneficia os veículos novos e os materiais de construção, para geladeiras e demais eletrodomésticos. "O programa de substituição das geladeiras velhas por novas é outra coisa. A ideia é eliminar a emissão de gases."

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne esta semana com a equipe econômica para avaliar as medidas de ajuda aos municípios. De acordo com Múcio, algumas medidas estão em estudo, como alterações no cadastro de cidades inadimplentes (conhecido como Calc), que impede os municípios de receberem repasses do governo federal; alterações nas regras de contrapartidas de governadores e prefeitos nas obras feitas em parceria com a União e, também, uma flexibilização maior no pagamento das dívidas das prefeituras com o INSS.