Título: BC e Casa da Moeda inibem falsificação
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 08/03/2005, Finanças, p. C2

A estabilização da economia brasileira acabou provocando um fenômeno inesperado: a falsificação de real. No período de inflação alta, com a troca da moeda constantemente por causa da perda de valor, essa prática era pouco difundida. Agora, o Banco Central registra um numero crescente de apreensões de notas falsificadas. O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse ontem que o BC e a Casa da Moeda introduzem constantes medidas de segurança para cada nova moeda colocada no mercado. ´´Estamos num processo de confeccionar nova família de nota, incorporando a mais moderna tecnologia do mundo´´, afirmou. Meirelles foi um dos presidentes de bancos centrais que participou ontem, no BIS, de reunião sobre a falsificação de dinheiro. O encontro mostrou que todos estão dispostos a colaborar nos mecanismos para prevenir esse fenômeno, com informações aos bancos, comércio e o público em geral. Várias medidas novas de detecção foram discutidas no BIS, que podem ser adotadas proximamente. Por exemplo, levar fabricantes de copiadoras e impressoras a embutirem "chips" nas máquinas para identificar qualquer tentativa de copiar ou imprimir notas. A máquina vai bloquear automaticamente e enviar notificação ao seu proprietário, para advertir que copiar ou imprimir dinheiro é proibido por lei. Essa é porém apenas uma das maneiras que os próprios banqueiros consideram de impedir ´´tentativas rudimentares´´ de falsificação. As moedas mais falsificadas são dólar e euro, que têm circulação internacional e em lugares onde são pouco conhecidas. A falsificação aumenta de maneira geral, facilitada pelas novas tecnologias, mas a detecção também. No Brasil, segundo Meirelles, esse problema como percentagem dos meios de pagamentos não é alta. "Mas é alta em termos de prejuízo individual. É mais questão de defesa do consumidor, além de proteção do bem público que é o meio circulante". (AM)