Título: IGP-M registra deflação menor que o previsto
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 30/04/2009, Brasil, p. A2

O Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) registrou queda de 0,15% em abril, uma deflação menos pronunciada do que a verificada em março (-0,74%) e também acima das previsões do mercado, de -0,32%, conforme o Boletim Focus. No ano, o índice acumula queda de 1,07% e, em 12 meses, alta de 5,38%. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a queda mais suave deveu-se ao arrefecimento na queda dos preços no atacado, principalmente agrícolas. O Índice de Preços ao Atacado (IPA), teve retração de 0,44% em abril. Em março, a retração foi de 1,24%. Excluindo os subgrupos alimentos in natura e combustíveis, o índice de bens finais teve variação de 0,12%, ante queda de 0,09% em março.

No IPA, os produtos agropecuários subiram 0,84%, depois de uma queda de 2,82% em março. Destacaram-se os preços da soja, que saíram de uma queda de 8,11% para alta de 3,97% neste mês e a cana de açúcar que subiu 3,33%, refletindo a alta nos preços internacionais. Já os produtos industriais mantiveram-se em queda, com variação de 0,85% no mês. Relatório da equipe econômica do Santander apontou como uma das causas a desvalorização do dólar próxima a 4% no período, provocando redução nos preços das commodities, como minerais metálicos, que tiveram queda de 4,58%.

No varejo, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que responde por 30% do IGP-M, acelerou de 0,43% em março para 0,58% neste mês, como já era previsto por economistas. A alta mais forte foi causada pelo grupo alimentação, que registrou um avanço de 0,6% em março para 1,13% na última leitura. No ramo alimentação, os destaques foram os itens carnes bovinas (-3,52% para -0,90%), hortaliças e legumes (3,68% para 5,46%), laticínios (0,41% para 2,01%) e frutas (3% para 4,49%). Também registraram variações mais intensas os grupos despesas diversas, que saíram de 0,34% em março para 1,69% no mês seguinte, saúde e cuidados pessoais (0,59% para 0,82%) e vestuário (zero para 0,44%).

O Índice Nacional do Custo da Construção (INCC), que havia recuado 0,17% em março, também apresentou leve aceleração e fechou abril com queda de 0,01%. O grupo de materiais, equipamentos e serviços registrou queda de 0,33% e o grupo mão de obra subiu 0,37%, resultado associado à absorção dos reajustes salariais.