Título: Cabral diz que sua intenção é disputar reeleição no Rio
Autor: Ennes, Juliana
Fonte: Valor Econômico, 17/04/2009, Política, p. A8

O governador do Rio, Sérgio Cabral, disse que não pretende se candidatar a vice-presidente da República. Reafirmou o desejo da reeleição ao governo do Estado, o que já teria exposto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Meu compromisso é com o Rio, com o trabalho não apenas meu, mas de toda a equipe", garantiu Cabral.

Conforme matéria publicada pelo Valor de ontem, o sonho do presidente Lula para vice em uma chapa encabeçada pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, seria Cabral, apesar de o nome mais cotado até o momento ser o do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (BA).

O líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP) disse ontem que, em sua avaliação, uma possível candidatura de Sérgio Cabral a vice não é a melhor alternativa para o PT em 2010. Mercadante disse que, em sua opinião pessoal, o candidato a vice deveria ser paulista ou do Nordeste.

Mercadante lembrou que São Paulo é o maior colégio eleitoral do Brasil e com forte presença do PSDB de José Serra e que, por isso, o PT deveria se aliar ali ao PMDB, citando explicitamente o presidente da Câmara, Michel Temer.

Depois de participar do Fórum Econômico Mundial para a América Latina, Mercadante disse que o novo marco regulatório do petróleo, cuja proposta deveria ter sido entregue pela Comissão Interministerial em setembro passado e vem sendo adiada desde então, foi atrasado pelas discussões sobre o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. Terminado o projeto, as propostas do marco deverão ser entregues dentro de dois meses. "A proposta está na fase final. O governo estava muito focado no programa da moradia popular e agora a prioridade é o marco regulatório do petróleo, que está sendo elaborado pela ministra Dilma", disse Mercadante.

O senador defendeu mais uma vez a capitalização da Petrobras pelo governo, com possibilidade de ampliação da participação governamental caso os acionistas minoritários não acompanhem a oferta. Isso resolveria o problema da provável necessidade de unitização nos blocos do pré-sal, porque as áreas ainda não licitadas, sob domínio da União, seriam passadas para a estatal.

"Isso agilizaria a exploração do pré-sal", disse o senador. Para ele, as novas regras precisam ser decididas e aprovadas, inclusive com solução para a unitização, dentro de um ano e meio, que é o tempo do teste de longa duração de Tupi, que será iniciado em maio próximo. (Colaboraram Rafael Rosas, do Valor Online, e Cláudia Schüffner)