Título: Braços abertos em troca de ajuda
Autor: Pariz, Tiago
Fonte: Correio Braziliense, 23/01/2010, Política, p. 8

PDT afirma que apoiará candidatura de Dilma, mas cobra do PT palanques para os senadores Osmar Dias e Cristovam Buarque

Brizola Neto diz que o PDT quer ser protagonista na campanha de Dilma

O PDT correu para dar um sinal positivo à candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, para forçar o PT a retribuir o afago com apoio imediato às disputas regionais da legenda. O partido quer palanques para os senadores Osmar Dias (PR), pré-candidato ao governo do Paraná, e Cristovam Buarque (DF), que tentará se reeleger no Senado.

¿O Paraná e o Distrito Federal são emblemáticos como contrapartida desse apoio nacional¿, disse o líder pedetista na Câmara, Brizola Neto. ¿E queremos maior protagonismo na campanha da ministra Dilma, participando da coordenação e ajudando a trabalhar em um programa específico e claro sobre Educação¿, emendou.

Não foi um movimento casual reunir a Executiva Nacional no mês do recesso parlamentar e aprovar um indicativo a ser concretizado em março, durante reunião da direção nacional. O PDT acabou tornando-se, depois do PMDB, a primeira sigla a declarar oficialmente a intenção de estar ao lado do PT durante a campanha presidencial. Acabaram saindo na frente de partidos governistas equivalentes na Câmara, como o PP, o PR, e até mesmo de históricos aliados petistas, como o PCdoB e o PSB.

O PDT acredita que, com o passo, força o PT a decidir até março a chapa que disputará o governo paranaense. Dias será o candidato e espera apoio dos petistas, que deverão lançar ao Senado Gleisi Hoffmann, mulher do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. As conversas para a composição são complexas por levar em conta a reação do governador Roberto Requião (PMDB). O PT não deseja que o acordo com Dias faça Requião aliar-se ao governador de São Paulo, José Serra (PSDB), provável adversário de Dilma no pleito presidencial. O peemedebista flerta com os tucanos e ameaça apoiar o prefeito de Curitiba, Beto Richa, ou o senador Álvaro Dias, à sua sucessão.

No Distrito Federal, o PT precisa fechar a chapa majoritária, que deverá ter o ex-ministro Agnelo Queiroz lançado ao governo local e o deputado Geraldo Magela como candidato ao Senado. Haveria uma vaga para barganhar, que poderia ser de Cristovam. O presidente Lula, no entanto, gostaria de ver o senador como carta fora baralho, disputando uma vaga a deputado federal.