Título: Para Fundo, AL deve ir melhor que desenvolvidos
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Fonte: Valor Econômico, 07/05/2009, Internacional, p. A9

As economias da América Latina e Caribe poderão se recuperar da crise mais cedo do que a dos países desenvolvidos, em parte por causa a boa saúde dos bancos, que ajudarão na retomada do ritmo de crescimento.

A avaliação é do Fundo Monetário Internacional (FMI) que divulgou ontem um relatório com projeções econômicas para as Américas. O fundo prevê que os países da América Latina e do Caribe registrem retração este ano de 1,5%, com um declínio mais acentuado no primeiro semestre. Em 2010, a região deverá ter um resultado positivo de 1,6%.

"Não há dúvida que a região está sendo afetada pela turbulência global", disse Nicolas Eyzaguirre, diretor do departamento de Américas do FMI. Mas, segundo ele, a região hoje está muito mais bem preparada. "Por isso, não está enfrentando uma crise fiscal, como acontece em alguns regiões em desenvolvimento, ou uma crise bancária, como acontece nos Estados Unidos e em grande parte da Europa."

Pelo retrospecto de outros períodos de recessão global, a América Latina e o Caribe se recuperavam num ritmo mais lento que a média mundial, ficando atrás em um ou dois pontos percentuais, disse Eyzaguirre, segundo texto de apresentação do documento. "Agora, no entanto, esperamos que a região registre o mesmo ritmo de crescimento mundial, o que, em termos relativos, é um avanço."

Nos EUA, onde a crise começou, a expectativa é de uma retração de 2,8% este ano. E de uma crescimento de mero 0,1% em 2010.

O FMI observa que algumas economias latinas foram capazes de limitar os efeitos da crise reduzindo suas dívidas, ampliando suas reservas externas e cortando taxas de juros. Além do mais, aponta o relatório, os bancos regionais têm um número reduzido de ativos tóxicos, e conseguiram construir colchões de capital e de liquidez.

"Uma grande lição aprendida pela região da América Latina e Caribe é a importância de fortalecer medidas de preparação durante períodos bons para adquirir resistência- não imunidade - a futuros períodos adversos", diz.