Título: Professor terá computador de R$ 1,4 mil
Autor: Lyra, Paulo de Tarso
Fonte: Valor Econômico, 08/05/2009, Brasil, p. A3

Uma portaria publicada no "Diário Oficial da União" de ontem lançou, pelo segunda vez em menos de um ano, o programa "Computador Portátil para Professores" que venderá notebooks mais baratos para professores da rede regular de ensino. O primeiro lançamento foi em julho do ano passado, em solenidade no Palácio do Planalto. Mas a crise internacional e a oscilação cambial fizeram com o que o programa fosse abortado. Com a estabilidade na relação dólar/real, a iniciativa foi ressuscitada, oferecendo um computador mais moderno, mas a um custo maior: R$ 1,4 mil, ante os R$ 1 mil previstos anteriormente.

No ano passado, o governo chegou a fazer os testes de adesão com os bancos e os Correios, mas veio a crise internacional e a cotação da moeda americana perante a brasileira disparou. O assessor especial de inclusão digital da Presidência da República, Nelson Fujimoto, lembra que o mercado de informática, sobretudo o de computadores portáteis, é extremamente dependente de insumos importados - os equipamentos são apenas montados no Brasil. "Quando idealizamos o programa, o dólar valia R$ 1,60. Em outubro, quando ele entraria em vigor, o dólar estava em R$ 2,40."

Com isso, o governo sequer chegou a conversar com a indústria, pois sabia que a iniciativa estava inviabilizada. Como o câmbio deu sinais de estabilização no atual nível, R$ 2,11, o projeto saiu da gaveta novamente. Para compensar o aumento do preço, o modelo do computador portátil também foi aprimorado. A memória RAM dobrou dos anteriores 512 KB para 1 mega e o disco rígido passou de 40 gigabytes para 80 gigabytes.

A ideia é que o programa atenda os 3,4 milhões de professores do ensino regular - estão de fora professores de cursinhos para concursos, vestibulares e escolas de línguas. A partir da publicação da portaria, Nelson projeta um mês para os testes com os bancos conveniados - Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. A partir de julho, o programa deve estar implantado em todas as capitais.