Título: Para Lula, oposição mente ao comparar mudança na poupança com confisco
Autor: Jurgenfeld, Vanessa
Fonte: Valor Econômico, 15/05/2009, Brasil, p. A6

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, ontem, após participar da cerimônia de abertura do World Travel and Turism Council (WTTC), em Florianópolis, que a oposição mentiu quando comparou a alteração na poupança com o confisco feito pelo ex-presidente Fernando Collor de Melo.

"No fundo, no fundo, o que eles queriam que era nós fizéssemos o que foi feito no passado. Como garantimos os poupadores brasileiros, eu acho que eles não sabem o que fazer. Tenho pena de um país que tem uma oposição que perdeu o discurso e começa a falar em coisas que nem eles acreditam."

O presidente também destacou que "essa parte da oposição que critica estava com o Collor em 89. "Não podemos permitir que ela (a poupança) vire um fundo de investimento. Até outro dia todo mundo estava reivindicando que era preciso reduzir a Selic. Na medida em que a Selic cai, não podemos permitir que pessoas que tenham R$ 1 milhão ou R$ 2 milhões fiquem colocando na poupança. Queremos que invistam em setor produtivo, porque queremos desenvolver a economia", disse Lula.

Em discurso para os participantes do evento, na grande maioria investidores do setor hoteleiro e aéreo, Lula tratou do turismo e questionou o que o país poderia oferecer para atrair investimentos. E ele mesmo respondeu que não se trata de oferecer facilidades. "Não é não cobrar tributo ou dar terreno de graça. Temos que dar certeza de serviço de qualidade".

"Possivelmente tenhamos o maior potencial que um país no mundo tem", citando que há poder aquisitivo "razoável, não depende de ninguém para que se transforme em uma grande nação, há novos investimentos em infraestrutura e belezas naturais. "Brasil não é o melhor país do mundo, mas também não é o pior", afirmou o presidente..

O presidente disse que trabalha em um projeto com os governadores para desenvolver uma aviação regional, porque há poucos voos fora de capitais e também na América do Sul. "A nossa aviação regional já foi infinitamente melhor do que é hoje.". Segundo o presidente, é preciso que os presidentes dos países da América do Sul criem condições e até "subsidiem" a criação de linhas aéreas, que no início, podem até ser deficitárias.

Para o presidente, "o Brasil não trata mais o turismo como discurso de campanha eleitoral ou porque é bonito falar de turismo. Entendemos que o turismo é uma indústria extraordinária para desenvolvimento econômico, cultural e para distribuição de renda e geração de emprego". Criticou seus antecessores, ao dizer que criou uma pasta específica para a área e lembrou que nos anos 40 o turismo estava no Ministério da Agricultura, depois foi para a Indústria e Comércio e depois para o Ministério do Esporte. "O turismo brasileiro nunca tinha sido tratado a sério".