Título: Ministério do Esporte negocia incentivos com a Fazenda
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 21/05/2009, Brasil, p. A3

O Ministério do Esporte está negociando com o Ministério da Fazenda incentivos tributários para a Copa. A medida faz parte de um pacote legislativo para o Mundial de 2014 - a Lei Geral da Copa. Com ela, o governo pretende regulamentar a concessão de vistos de trabalho temporários, benefícios a hotéis e garantias no setor de patentes.

O ministro Orlando Silva não quis revelar os termos dos incentivos fiscais, pois está em plena negociação com a Fazenda, mas é provável que as empresas envolvidas em obras do Mundial obtenham benefícios tributários. As demandas de patentes são necessárias para proteger as marcas relacionadas à Copa.

Com relação às demandas trabalhistas, o estudo que a Fipe fez sobre o Pan revelou que exatas 178.955 pessoas trabalharam nas cadeias produtivas envolvidas em sua organização. Foram criadas 55.139 vagas na cidade do Rio, 9.535 na região metropolitana, 6.213 no interior do Estado e 108.068 no restante do país. O estudo não revela quantas foram permanentes, mas o governo prevê que terá de lidar com a regulamentação de uma nova massa de trabalhadores que vai atuar exclusivamente para a Copa.

Silva ressaltou que a maioria das oportunidades de empregos com o Pan surgiu fora do Rio de Janeiro. "Isso mostra que o evento não repercute apenas na cidade em que se realiza, mas em várias cidades e cadeias produtivas distintas, como construção civil, serviços, segurança, hotelaria e transportes. O grande evento é muito mais do que o jogo, que todos acompanham no estádio e na TV", defendeu.

Caso o Rio seja escolhido para a sede dos Jogos Olímpicos de 2016, o governo terá de aprovar um Ato Olímpico - uma lei contendo incentivos semelhantes aos da Copa do Mundo. A decisão da cidade-sede desses Jogos será anunciada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), em 2 de outubro. Além do Rio, disputam Madri, Tóquio e Chicago. Silva disse que todas são cidades prontas, "que poderiam receber o evento amanhã". Com isso, ele quer chamar a atenção do COI para olhar a candidatura brasileira como "a única capaz de deixar um legado de benfeitorias na cidade".

"Entre as dez maiores potências econômicas, o Brasil é o único que não realizou uma Olimpíada", afirmou o ministro. (JB)