Título: Indicado à CPI, Collor defende cargo para oposição
Autor: Ulhôa , Raquel
Fonte: Valor Econômico, 22/05/2009, Política, p. A9
Único nome confirmado oficialmente até agora para integrar a CPI da Petrobras, o senador Fernando Collor (PTB-AL), presidente da Comissão de Infraestrutura do Senado, defendeu ontem que a oposição tenha um dos cargos de comando da comissão. Para Collor, a presidência e a relatoria devem ser compartilhadas entre base governista e oposição.
Collor tem sido forte aliado do líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), principal fiador de sua eleição para a presidência da Comissão de Infraestrutura - após derrotar a senadora Ideli Salvatti (PT-SC). O ex-presidente também tem sido frequente interlocutor do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
O raciocínio do ex-presidente é que o equilíbrio entre as duas forças será positivo à investigação, a apuração será feita com "equilíbrio e seriedade" e poderá até resultar na melhoria da eficiência da empresa.
Renan Calheiros ainda não anunciou os senadores do PMDB que deverão integrar a CPI e deve fazê-lo apenas na quarta-feira, último dia dado por Sarney. Renan defende que o PMDB ocupe um dos cargos estratégicos - presidência ou relatoria -, mas, se a oposição continuar reclamando uma das vagas, a tendência do partido é apoiar o compartilhamento do comando com a oposição. Renan tem ótima relação com o senador Antonio Carlos Magalhães Júnior (DEM-BA), o indicado do Democratas para a presidência. O pemedebista e Gim Argello (PTB) negociaram com o líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), sobre a indicação de ACM Jr.
Os governistas dizem que vão esperar o retorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no fim de semana, de viagem ao exterior, para definir seus indicados. A oposição, por sua vez, nomeará seus representantes depois que a base do governo escolher seus nomes.
Ontem, no Rio, foi organizado pelo PT um protesto contra a CPI. A passeata, que reuniu cerca de 3 mil pessoas, segundo os organizadores, e 400, de acordo com a Polícia Militar, saiu da Candelária e terminou com um "abraço" dos manifestantes à sede da Petrobras, na avenida Chile, no centro da cidade. (Com agências noticiosas)