Título: BNDES libera R$ 1,4 bilhão para usina térmica de Pecém
Autor: Schüffner , Cláudia
Fonte: Valor Econômico, 22/05/2009, Empresas, p. B9

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou ontem financiamento de R$ 1,4 bilhão para a usina termelétrica Porto do Pecém 1, no Ceará, uma sociedade entre a MPX Energia e a EDP Energias do Brasil. A usina será movida a carvão. A MPX aguarda um segundo financiamento, no valor de R$ 615 milhões, para Pecém 2, a outra térmica movida a carvão que também será construída em São Gonçalo do Amarante, cidade próxima a Fortaleza onde está instalada o porto de Pecém. Pecém 2 obteve crédito de R$ 323 milhões do Banco Itaú BBA no início de maio.

O empréstimo liberado ontem tem prazo de 17 anos para pagamento, sendo 14 anos de amortização, com carência para pagamento de juros e principal até julho de 2012. O valor representa 45,51% do investimento previsto na obra, que é de R$ 3,4 bilhões. Pecém 1 vai gerar 720 megawatts (MW), divididos em dois módulos de 360 MW cada um. A energia será entregue ao pool de distribuidoras a partir de 2012 como prevê o contrato assinado em 2007.

O diretor financeiro da MPX, Rudolph Ihns, explicou que o grupo trabalha com prazos mais apertados para que as usinas fiquem prontas antes disso. O objetivo é concluir o primeiro módulo em junho de 2011 e o segundo, em outubro do mesmo ano. "A obra já está com 27% de avanço", diz o executivo. As turbinas serão da alemã Siemens, as caldeiras serão fornecidas pela Doosan Babcock. A empresa vai instalar filtros que permitirão reduzir em 99% a emissão de materiais particulados, explicou o diretor da MPX. Desde que anunciou seus projetos de geração a carvão, a empresa vem repetindo que usará tecnologia avançada de captura de carbono em suas unidades.

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) também emprestará o equivalente a R$ 1 bilhão para a MPX construir Pecém 1. Desse total, US$ 147 milhões são empréstimo direto e US$ 180 milhões empréstimo indireto em fase final de contratação. Considerando o valor total financiado pelo BNDES e BID e o investimento necessário para a implantação do projeto, a estrutura entre capital e dívida do projeto será de aproximadamente 25% de capital para 75% de dívida, informa a empresa.

O BNDES liberou financiamento de R$ 72 milhões para a usina eólica Pedra do Sal, que será construída pela Tractebel Energia no município de Parnaíba, no Piauí. Também incluída no PAC, a usina tem potência instalada de 18 MW. O empréstimo corresponde a 69,47% do investimento total do projeto. Tanto as usinas da MPX como a da Tractebel fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).