Título: Mercado mantém vigor a um mês do fim do IPI menor
Autor: Olmos , Marli
Fonte: Valor Econômico, 27/05/2009, Empresas, p. B9

O mercado de veículos continua tão aquecido quanto nos cinco primeiros meses do ano passado. O acumulado das vendas de janeiro até a segunda-feira passada ficou em 1,086 milhão de veículos, incluindo os carros de passeio e comerciais. Trata-se de um volume 1,06% maior do que o total de 1,075 milhão de unidades registrado em igual período de 2008.

O resultado das vendas até o dia 25 mostra que maio atendeu às expectativas dos fabricantes de veículos, que esperavam alcançar o volume de 230 mil unidades no mês. O total de licenciamentos até segunda-feira somou 183.883.

Se a média diária de 11.492 unidades até aqui, for mantida nos quatro últimos dias do mês, maio terminará com a venda de 230 mil veículos. Mas, como lembram os vendedores, o movimento nos últimos dias costuma ser mais intenso, o que indica a possibilidade de um volume ainda maior.

O ritmo das vendas indica que maio será para a indústria automobilística muito semelhante a abril, quando foram licenciados 234,4 mil veículos em todo o país.

Numa comparação de dias úteis acumulados no mês - 16 até segunda-feira - com igual quantidade do mês passado, registrou-se em maio um crescimento de 3%. Nos primeiros 16 dias úteis de abril foram emplacados 178,3 mil veículos.

Junho deverá ser ainda mais aquecido, segundo os revendedores, pois trata-se do último mês de incentivo fiscal. Até o dia 30 de junho está valendo o IPI com alíquota zero para carros com motor 1.0 e 50% menor para os modelos com motor entre 1.0 e 2.0.

Oficialmente, os representantes da indústria automobilística dizem trabalhar com a perspectiva do fim do incentivo tributário. Mas representantes das montadoras demonstram interesse em defender a extensão do benefício. Alguns já levantaram a hipótese de o governo concordar com um aumento gradativo da alíquota do imposto.

O principal argumento da indústria é que a redução do IPI foi um instrumento sem o qual o setor teria deixado de vender 200 mil automóveis, o que teria evitado demissões em toda a cadeia.

Na virada do ano, poucos dias depois de o governo reduzir o IPI para automóveis, a indústria tinha mais de 300 mil veículos estocados nas fábricas e nas concessionárias, volume suficiente para dois meses de vendas.

Com o incentivo fiscal pelo menos na primeira metade do ano, os fabricantes estimam vendas totais de 2,7 milhões de veículos em 2009. Isso representará uma queda de 4% na comparação com o mercado de 2008. Mas alguns dirigentes das montadoras dizem que o volume pode ser menor se o incentivo fiscal for retirado em junho.