Título: CCR investirá R$ 580 mi na ViaOeste até 2018
Autor: Carolina Mandl
Fonte: Valor Econômico, 10/03/2005, Empresas &, p. B4

A Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR) terá de investir por obrigações contratuais com o governo de São Paulo cerca de R$ 580 milhões na ViaOeste até o fim do período de concessão, que vai até 2018. Esse valor se soma aos R$ 485 milhões gastos na aquisição da concessionária, feita em outubro do ano passado, depois de mais de dez meses de negociações com os acionistas da ViaOeste e uma acirrada disputa com as concorrentes de capital espanhol Obrascón Huarte Lain (OHL) e Sacyr. A transação, aprovada segunda-feira pelo governo estadual e pelos agentes financiadores, teve a assessoria do banco Pactual pelo lado dos vendedores e do Unibanco pela CCR. Cerca de R$ 90 milhões já devem ser investidos na ViaOeste neste ano, somando-se aos R$ 385 milhões programados para as demais concessões da CCR. Para Marcio Batista, vice-presidente da CCR, investimentos na ViaOeste podem vir a ser revistos. O tráfego previsto para as marginais da Castello não se concretizou, o que fez com que adiasse investimentos na Raposo Tavares. Agora algumas obras podem ser antecipadas pela demanda de tráfego. "Tudo vai passar por uma nova discussão, desde que os contratos de concessão sejam equilibrados." Em 2002, antes dessa mudança, a ViaOeste tinha um prejuízo de R$ 43,9 milhões. Já em 2003 houve lucro de R$ 35,1 milhões. O pagamento da ViaOeste será feito por meio dos R$ 375 milhões que a empresa captou na oferta secundária de ações e por R$ 150 milhões em debêntures que serão lançadas. Agora, a CCR acrescenta à sua malha rodoviária 162 km, passando a deter 1.452 km ou 15,3% das estradas concedidas à iniciativa privada no Brasil. Segundo Batista, a ViaOeste deve aumentar a receita da holding de 18% a 20%. Em 2004, o faturamento líquido da CCR foi de R$ 1,46 bilhão. Além de aumentar a receita, Batista diz que a CCR também terá ganhos operacionais, já que a estrutura administrativa e de engenharia é unificada na holding, por meio das empresas Engelog e Actua. "Quando captamos recursos no mercado, falamos que o objetivo era crescer. A aquisição da ViaOeste vai ao encontro desse objetivo", afirma o executivo. Os planos de crescimento da CCR ainda prevêem a conquista de um lote de rodovia federal e outro estadual nos programas de concessão que devem ser lançados ainda neste ano. Os trechos que mais interessam à CCR são o corredor de exportação lançado pelo governo de São Paulo (D. Pedro I, Ayrton Senna/Carvalho Pinto e Tamoios), além da Régis Bittencourt, Fernão Dias e o trecho entre Curitiba e Florianópolis. "Mas vamos participar de todos os lotes que forem colocados sob concessão", explica Batista. De acordo com o vice-presidente da CCR, uma das grandes vantagens das licitações que devem ocorrer neste ano é que os agentes financeiros devem estar mais motivados para financiar essa segunda etapa do programa de concessões rodoviárias. "No primeiro, ninguém sabia muito bem quais seriam seus resultados."