Título: Meta para o PIB é alta de 5,5% ao ano após 2007
Autor: Sergio Leo
Fonte: Valor Econômico, 14/03/2005, Especial, p. A10

O Brasil desejado pelos empresários crescerá, em média, 5,5% ao ano entre 2007 e 2010 (a indústria crescerá mais, 7% ao ano ), aumentará em 4% ao ano a produtividade industrial daqui a dois anos e cortará a taxa real de juros para níveis próximos aos da Coréia do Sul e do México - cerca de 4% acima da inflação -, até 2015. Para avaliar se o Brasil está avançando no rumo e no ritmo certos, os empresários adotaram como referência, também, a meta de reduzir a carga de impostos, dos atuais 35% do Produto Interno Bruto (PIB) para 33% em 2007, 30% em 2010 e 27% em 2015, quando o país teria uma carga tributária ainda acima da praticada por países como México, Chile, China, Índia ou Argentina, mas inferior à da Coréia, ou à dos Estados Unidos. Para garantir o crescimento desejado, o país terá de ampliar a oferta de energia, que aumentou 5,4% em 2003, em 7% anuais até 2010, e 8,5% em média, nos cinco anos seguintes. A proporção entre o investimento na infra-estrutura de transportes e o PIB, para os empresários, deveria aumentar dos atuais 0,4% do PIB para 0,6% em 2015. Ao lado destes indicadores, os industriais escolheram índices de bem-estar social e de desempenho escolar, capazes de mostrar a melhoria desejada na qualificação de recursos humanos e no mercado consumidor. Para medir o avanço da renda média de cada habitante do país, os empresários optaram pela adoção do conceito do Banco Mundial de paridade de poder de compra (PPP, uma medida equivalente, em dólares, do poder aquisitivo real da população). Por esse conceito, a renda per capita do brasileiro estaria em quase US$ 7,8 mil em 2002, cifra que o "mapa estratégico" da indústria sugere ser elevada para US$ 12 mil até 2015. Os brasileiros estariam, então, com uma renda média 30% abaixo da renda per capita dos coreanos em 2002, mas quase um terço superior à dos chilenos. Outros indicadores, o tradicional Índice de Gini e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), serviriam para medir a melhoria na distribuição de riqueza. O IDH brasileiro, de 0,78 em 2002, deveria chegar a 0,8 em 2007 (o mesmo do México, há três anos) e a 0,86 em 205, quando se aproximaria dos níveis atuais do Chile e da Coréia. O Índice de Gini é próximo a zero quanto mais igualitária uma sociedade e a um quanto pior a distribuição de renda. O Brasil, pelo mapa empresarial, deveria sair dos 0,56 de 2003 para 0,52 em 2010 e 0,5 em 2015. O índice de Gini para Coréia e Espanha está entre 0,32 e 0,33. (SL)