Título: Novo ranking lista maiores empresas muçulmanas
Autor: The Economist
Fonte: Valor Econômico, 04/01/2005, Internacional, p. A7

Quando o assunto é fazer dinheiro, os países muçulmanos - especialmente os do Oriente Médio - são mais conhecidos pelo gás e o petróleo. Mas se formos mais a fundo, descobriremos uma profusão de empresas diferentes. É o que afirma a "Dinar Standard", uma nova publicação online sobre negócios, que elaborou uma classificação inaugural das cem maiores empresas locais no mundo islâmico, isto é, nos 57 países que formam a Organização da Conferência Islâmica (OCI). A lista DS100, baseada no faturamento de 2003, ou num mais recente, é previsivelmente dominado por empresas exploradoras de gás e petróleo na região árabe. O restante, porém, é uma mescla interessante de bancos, empresas de telecomunicação, construtoras e outros negócios, estendendo-se da Nigéria à Indonésia.

Muitas detêm vastos mercados fora do mundo islâmico, como a Koc Holding, conglomerado turco cujas subsidiárias incluem a Arcelik, que vende utensílios domésticos em toda a Europa. Mas só a Petronas, empresa de gás e petróleo, porém na Fortune 500, a lista das maiores empresas internacionais. O faturamento combinado das firmas que integram a DS100, em 2003, foi de US$ 512 bilhões, meros 7% do faturamento das 100 maiores empresas da "Fortune". Classificar empresas na OCI não é tarefa fácil, diz Rafi-uddin Shikoh, editor da "Dinar Standard". Um grande número das principais empresas é estatal ou privada de capital fechado. Por isso, não é comum a publicação de resultados precisos. Por exemplo, os números do faturamento das principais empresas petrolíferas do Irã e da Arábia Saudita, as duas maiores do DS100, são simplesmente estimativas baseadas nas estatísticas de produção da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). Várias empresas de grande porte, entre elas a Saudi Arabian Airlines e a National Iranian Steel Corporation, foram omitidas, porque não havia resultados verificáveis disponíveis. Algumas empresas na lista são mais declaradamente muçulmanas que outras. Por exemplo, o Savola Group, uma processadora de alimentos saudita, que ocupa a posição de número 75, incorporou uma série de princípios islâmicos básicos à sua "Balanced Way", uma espécie de código de conduta corporativo. A filiação religiosa pode parecer uma base bizarra para classificar empresas. Shikoh argumenta, porém, que ela faz sentido, porque empresas da OCI se deparam com temas de gestão em comum, entre eles, problemas relacionados com transparência e governança corporativa, baixos níveis de inovação e um problema de imagem no Ocidente.