Título: Consumo de energia elétrica recua em maio
Autor: Dezem , Vanessa
Fonte: Valor Econômico, 24/06/2009, Brasil, p. A3
O consumo de energia na rede elétrica brasileira sofreu recuo em maio, ante igual mês do ano anterior, marcando o sexto mês consecutivo de baixa neste tipo de comparação. O volume atingiu 31.209 gigawatts-hora (GWh), 4,4% menor em relação a maio de 2008, disse a Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Nos cinco primeiros meses do ano, o consumo foi de 157.280 GWh, 2,7% abaixo daquele verificado em igual período do ano anterior, enquanto no acumulado de 12 meses houve uma expansão de 1,2%, para 388.151 GWh.
O setor industrial foi o que exerceu maior pressão nos resultados, com a demanda passando de 15.087 GWh, em maio de 2008, para apenas 13.221 GWh no mês passado, uma queda de 12,4%. Na comparação entre abril e maio, a contração foi de 1,1%, nos dados dessazonalizados. Em 12 meses, a queda acumulada chega a 3,6%.
Segundo a EPE, o levantamento mostra que os segmentos mais afetados da indústria têm sido os voltados para o mercado externo. "No Sudeste, em especial, acusam decréscimo importante na demanda de energia os subsetores metalúrgico e de mineração", afirmou a empresa em nota.
Na região Sudeste o consumo de energia pela indústria recuou 14,3 por cento em maio sobre o mesmo mês do ano anterior, e 14,2 por cento nos primeiros cinco meses do ano. Em maio a queda de consumo pelas indústrias do Nordeste foi de 13,4 por cento, contra maio de 2008.
Por outro lado, o consumo residencial sustentou a demanda por energia elétrica no país, registrando alta de 3,6% em maio, frente ao mesmo mês de 2008, atingindo 8.195 GWh. No acumulado dos cinco primeiros meses deste ano, o avanço foi de 6%.
Na mesma direção, ficou o consumo comercial, com crescimento de 2,9% em maio, para 5.268 GWh, enquanto no acumulado do ano, a expansão foi de 5,5%.
"As medidas que o governo tem tomado para o enfrentamento da crise, especialmente a redução do IPI para linha branca de eletrodomésticos, assim como a redução dos juros, estimulando o consumo, podem sustentar o comportamento da demanda de energia elétrica nesses segmentos do mercado", avaliou a empresa em nota.