Título: General nega que Abin tenha arquivo sobre as Farc
Autor: Maria Lúcia Delgado
Fonte: Valor Econômico, 15/03/2005, Política, p. A6

O ministro-chefe do Gabinete de Assuntos Institucionais da Presidência da República, general Jorge Armando Félix, comparecerá amanhã ao Senado, na Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso, para assegurar que não são da Abin os documentos de arquivo que comprovariam a ligação entre militantes do PT e integrantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Os documentos, de acordo com reportagem da revista "Veja" no fim de semana, relatam que, em reunião realizada em abril de 2002, o padre Olivério Medina - conhecido como representante das Farc no Brasil - teria anunciado a doação de US$ 5 milhões às campanhas eleitorais do PT. Na própria reportagem, a revista informa que não obteve nenhum indício sólido que comprovasse a doação. O governo, para evitar que a oposição utilizasse o fato como munição, concordou prontamente com o comparecimento do general Félix ao Congresso. A comissão é presidida pelo senador Cristovam Buarque (PT-DF). Ontem, o ministro esteve no gabinete do líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP). De acordo com o petista, o general Félix garantiu que nenhum dos documentos mostrados sobre o episódio foram produzidos pela Abin. O ex-ministro general Alberto Cardoso também negou a existência de tais investigações na Abin durante o governo passado. Horas antes, o PFL e PSDB apresentaram requerimento convocando Félix e o diretor-geral da Abin, delegado Mauro Marcelo de Lima e Silva, a prestarem esclarecimentos. A oposição também convidou o padre Olivério Medina.